segunda-feira, 11 de março de 2013

Sinais


Circula nas redes sociais um caso de que tive conhecimento esta semana e ao qual não consigo ficar indiferente. O insólito retrata os sinais dos difíceis tempos que vivemos, mas também a sensatez e humanismo de um homem perante um concidadão seu a passar dificuldades. A história relembra-nos a fragilidade da vida humana e que qualquer um de nós, de um momento para outro, pode atravessar dificuldades inesperadas.
Pude conhecer este caso através do Facebook do Comando metropolitano da PSP do Porto em que se relatava o seguinte: foi a polícia solicitada para prestar serviço num supermercado na cidade do Porto onde foram informados que determinada pessoa tinha sido travada à saída na posse de artigos furtados.
Os agentes questionaram de seguida a gerente do supermercado sobre quais os bens furtados tendo sido informados que se tratavam de 4 iogurtes, 6 pães e 2 pacotes de leite. Os agentes dirigiram-se então ao autor do roubo e este, a chorar compulsivamente, lá foi dizendo que, tanto ele como a esposa, estão desempregados, têm 2 crianças em casa e nem leite tinha para lhes dar.
Neste momento, num ato que considero de profunda compaixão, humanismo e solidariedade, um dos agentes questionou a gerente sobre o valor monetário em causa, tendo sido informada de que pouco passava dos 4 euros. De imediato saldou a conta e perguntou se pretendiam avançar com procedimento criminal.
Como tudo estava pago, a gerente do supermercado informou que não queria apresentar queixa e o polícia mandou para casa aquele pai com a comida para os seus filhos.
De facto, preso, este nosso concidadão não conseguiria levar comida para os seus filhos e este caso fez-me refletir em 2 aspetos a que todos devemos ter atenção:
1.   A pobreza é muitas vezes um ato de solidão que, não engrandecendo ninguém, representa muitas vezes um falhanço enquanto membro de uma sociedade e que, por este mesmo motivo, acaba por levar à vergonha e ao adiar dos pedidos de auxílio;
2.    Felizmente ainda existem pessoas dignas que, de forma voluntária, se entregam dia após dia, noite após noite a ajudar homens, mulheres e crianças com fome, e cujo último recurso é mesmo pedir ou furtar.
Felizmente, que o que não nos falta é gente boa e disponível para ajudar os outros. Gente empenhada e que desinteressadamente vai construindo um melhor futuro todos os dias.
No nosso País, no Concelho de Vendas Novas ou em cada bairro. Nas coletividades, nas empresas ou mesmo em cada um de nós. Há gente, há vontade, há esperança, há futuro!
Para todos aqueles que em cada dia fazem a esperança renascer e o futuro mudar para melhor, para todos os que de forma humana e solidária ajudam os mais desfavorecidos a ultrapassar cada barreira, aqui fica o meu reconhecimento.