terça-feira, 30 de novembro de 2010

Olhar sobre a Greve “Geral”

O Olhares à Margem desta quinzena incidirá sobre a Greve dita “Geral” de dia 24 de Novembro último. De facto, muitas poderiam ser as abordagens aqui propostas, mas incidirei apenas sobre 5 perspectivas pessoais sobre o assunto:

1. Como é possível que sindicatos indiquem que 75% dos trabalhadores portugueses tenham aderido à Greve e o Governo apresentar o número oficial de 29% de grevistas entre sector público e privado do Estado?

2. É lamentável o aproveitamento político e a manipulação que certos sindicatos fazem dos trabalhadores, com fins unicamente partidários, e que acabam por desvirtuar o próprio instrumento democrático que é a Greve.

3. São inaceitáveis em Democracia os comportamentos de alguns sindicalistas que acabam por impedir aqueles que querem trabalhar de o fazerem, com recurso a métodos que envergonham a jovem Democracia Portuguesa, nomeadamente com recurso a bloqueios, danos nas fechaduras dos edifícios públicos, etc.

4. Em Vendas Novas, e apesar da adesão pouco expressiva de trabalhadores, existem alguns relatos de ameaças a trabalhadores pelos próprios sindicatos e mesmo a utilização dos métodos já referidos e que acabaram por ser alvo da Comunicação Social – SIC.

5. No fundo, e embora a entenda, acho que esta foi uma Greve com uma enorme falta de sentido de oportunidade, pois o nosso País atravessa um momento económico verdadeiramente preocupante, em que a necessidade de produzir é fulcral para o nosso futuro.

Em súmula, permitam-me que clarifique:

1. Respeito e valorizo o recurso à greve enquanto instrumento da Democracia e em defesa dos que trabalham.

2. Compreendo que, perante as dificuldades sentidas por todo o Mundo, não exista um clima de contentamento perante as soluções que se propõem, mas acredito que a greve por si só não resolve nada.

3. Acredito na capacidade dos Homens para resolverem mais uma vez um problema que é conjuntural e cíclico e acho que TODOS devemos estar sempre do lado das soluções para os problemas e nunca do lado do próprio problema.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Nova Creche Inaugurada em Vendas Novas

CRESCER “- Desenvolver-se; Tornar-se maior; aumentar.

Tal como a própria palavra indica, crescer é um acto puro e simples de transformação pelo qual todos os seres passam e que os torna diferentes.

É neste ponto que reside o essencial do olhar de hoje. O sítio onde crescemos ajuda a determinar as pessoas que somos, pois é o meio que nos rodeia que fundamentalmente estabelece os Homens em que nos tornaremos.

A abordagem até aqui feita, com base num simples significado de uma palavra serve para que facilmente percebamos o importantíssimo papel que a Creche Lydia Cabeça, inaugurada no dia 16 de Novembro, em Vendas Novas, terá na construção das futuras gerações de vendasnoveneses.

Um investimento público de qualidade, para o qual foram necessários conjugar vários factores, e que será determinante para a qualidade de vida das nossas populações. Num total de 600 mil euros, esta obra foi financiada pelo Governo Português, no âmbito do Programa PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais), do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, em 60%, pela Câmara Municipal e, como não podia deixar de ser, pela Santa Casa da Misericórdia de Vendas Novas, mas implicou muito mais do que dinheiro.

Acima de tudo, Vendas Novas fica a dever este novo equipamento a um conjunto de pessoas empenhadas no desenvolvimento da nossa terra e que colocaram acima do seu interesse pessoal o interesse colectivo, com todos os riscos que essa decisão implica nos dias de hoje.

Assim, e sem querer menosprezar outras pessoas que certamente também têm contribuído para o progresso do projecto, gostaria de louvar nestas breves palavras o trabalho sempre voluntarioso e empenhado do Sr. Artur Aleixo Pais, da D. Helena Candeias e do Sr. Roberto Joaquim Candeias , bem como dos restantes membros da Direcção da Santa Casa da Misericórdia.

É deste trabalho que se faz o futuro de qualquer local. Um trabalho que terá frutos e que permitirá uma melhor formação básica para 58 crianças vendasnovenses e um crescimento significativo da qualidade de vida de muitas famílias da nossa terra.

Um esforço que é no fundo a persecução do trabalho realizado pela alta figura que justamente lhe dá nome: Sr.ª D.ª Lydia Cabeça. Benfeitora de Vendas Novas que, em conjunto com o seu marido, Dr. Custódio Cabeça, em muito contribuiu para o engrandecimento do nome da nossa cidade, nomeadamente na área da saúde.

Foi em boa hora que se lhe fez justiça. Justiça daquela que muitos outros vendasnovenses já mereciam por parte das nossas entidades locais.

Orçamento de Estado 2011

Discute-se, no momento em que escrevo, na Assembleia da República Portuguesa, um dos mais importantes instrumentos de gestão do nosso país: o Orçamento do Estado para o próximo ano.

Um instrumento de difícil elaboração e, certamente, de difícil execução. O que estará em causa neste ano de 2011 será a estabilidade do país e a resposta musculada e consistente a uma crise de que só agora sentimos os efectivos efeitos.

Como ponto de partida para o tema, importa referir que este não é um problema único de Portugal. Não estamos sozinhos nesta batalha do combate ao défice, estando os nossos parceiros Europeus e Mundiais a atravessar tantas dificuldades como nós: o desemprego, a falência de empresas, os défices orçamentais, o aumento da dívida pública e o aumento dos juros sobre esta mesma dívida são factos que trespassam qualquer país nosso contemporâneo. A título de exemplo, deixo as previsões para os défices em 2010: Irlanda - 32%; Espanha - 9,3%,; Grécia - 8,7%; França - 7,7%; Reino Unido - 10,6%.

Assim, e do meu ponto de vista, importa:

1. Saber que “há mais vida para além do défice” (como disse Jorge Sampaio), mas que é importante cumprir os nossos compromissos europeus, colocando as contas públicas em ordem;

2. Ter a coragem necessária para tomar as medidas que se exigem para garantir a sustentabilidade económica e social de Portugal;

3. Termos um Governo sério e isento na aplicação de medidas, mesmo que estas, por serem impopulares, levem ao descontentamento. É necessário fazer o que é preciso e não aquilo que é mais fácil.

Teremos que ter capacidade de antecipar a evolução dos mercados e de inovar nas medidas económicas a tomar para sairmos desta crise. Tal como disse John Cochrane, um dos mais brilhantes economistas americanos da nova geração, em entrevista ao Expresso, “A teoria dos mercados eficientes prevê que os mercados tenham derrocadas imprevisíveis. Não diz que têm poderes de adivinhar o futuro”.

PS e PSD têm hoje, mais do que nunca, que se assumir como partidos responsáveis, sérios e como os únicos com sentido de Estado. Para isto, é necessário olhar para o País sem partidarismos, sem cálculos eleitoralistas.

Haja a seriedade, a coragem e a altivez de olhar para o País e fazer o que é necessário. Acredito que o Orçamento de Estado será aprovado no próximo dia 3 de Novembro, pois é um mal necessário para a credibilidade Portuguesa.