domingo, 4 de dezembro de 2011

Gestão autárquica em tempos de crise


Gerir é um exercício cada vez mais exigente e necessário na vida de cada pessoa, mas “saber gerir” e “gerir bem” são conceitos bem distantes de “gerir” em si mesmo. Se a este facto aliarmos a necessidade de gerirmos bem o pouco que temos, então torna-se evidente que a parcimónia e o rigor serão as linhas orientadoras de qualquer bom gestor.
Esta realidade da gestão é hoje reconhecida mas empresas, entidades públicas, mas também ao nível das famílias, sendo a prática comum a todas estas diferentes realidades. Assim, gerir recursos públicos é, antes de mais, um acto revestido de enorme nobreza, mas também de enorme responsabilidade.
Em Vendas Novas, gerir os destinos da nossa Autarquia e dos cerca de 11.000 vendasnovenses, deve ser um motivo de orgulho para aqueles que foram escolhidos pela população para o fazer mas, como é óbvio, este tem que ser um exercício e uma responsabilidade que nunca devem sair dos horizontes de cada autarca do Concelho, quer se trate do executivo, quer da oposição.
Deixo pois 5 problemas do actual modelo de gestão do nosso Município, numa altura em que o fim do ano se aproxima e em que temos obrigação de fazer um balanço daquela que foi a nossa conduta, mas também 5 propostas para estes problemas:
  1. Num contexto económico particularmente difícil que Portugal e a Europa atravessam torna-se óbvio que algo também não está bem nas finanças do Concelho de Vendas Novas, muito por causa dos critérios que orientam a sua gestão. Este facto tornou-se mais claro na Assembleia Municipal realizada no passado dia 29 de Novembro, em que o PCP aprovou a abertura de mais 35 concursos para o Mapa de Pessoal da Câmara Municipal, com os inerentes custos implicados nestas contratações. Além de ter ficado claro que se incentiva no Concelho o trabalho precário, com contratos eternamente a prazo (e que haviam sido, nas palavras do Sr. Presidente, extintos em Março de 2010), é também óbvio que, a médio prazo, os custos desequilibrarão as contas do nosso município, sendo que não existe uma verdadeira política de gestão de recursos humanos com critérios claros e necessidades identificadas.
  2. Quando o nosso município recebe cerca de 3,5 milhões de euros do estado (receita mais certa do município) e só de despesas com pessoal tem 4 milhões de euros, deixa bem claro o mau caminho de ruptura financeira que seguimos;
  3. Quando apresentamos uma média de trabalhadores por habitante muito superior à média nacional e muito acima dos municípios nossos vizinhos, como argumentar que precisamos de mais 35 trabalhadores na Autarquia?
  4. Quando, em Dezembro de 2010, se devia cerca de 7 milhões de euros a entidades externas, qual a justificação perante tais entidades para aumentar agora as despesas com o pessoal da Câmara?
  5. Quando chegamos ao ponto em que a Câmara tem que pedir empréstimos para pagar empréstimos, com os inerentes encargos com juros, como poderemos vislumbrar uma boa saída para as nossas contas?
Na minha opinião, e perante esta situação que atravessamos, será necessário ao Município de Vendas Novas:
  1. Uma melhor análise da situação difícil que atravessamos, sem qualquer cegueira ideológica como barreira, identificando-se problemas e possíveis soluções;
  2. Uma melhor identificação dos recursos realmente necessários para resolver os problemas identificados e prestar serviços de qualidade para a população;
  3. Um cada vez melhor planeamento estratégico, sobretudo realista e com metas claramente atingíveis;
  4. Uma execução mais rigorosa do que foi traçado em sede de planeamento, olhando-se para as oportunidades que o território em que nos encontramos tem, para as ameaças que a crise mundial nos traz, mas também para as forças e fraquezas da nossa própria instituição;
  5. Cumprir com as suas obrigações e compromissos perante fornecedores, mas também perante as associações de Vendas Novas, não prometendo aquilo que depois não pode ser cumprido.
Estes são 5 dos pilares de qualquer boa gestão. Basta tentar segui-los para se fazer, a cada dia, um melhor trabalho em benefício dos nossos cidadãos. Tentemos trazê-lo para Vendas Novas para vencermos o nosso futuro colectivo!

Comércio Tradicional volta ao centro de Vendas Novas

Entendendo as cidades modernas como organismos vivos e dinâmicos, teremos que saber também interpretar os seus centros como uma boa amostra dessa mesma vitalidade e dinamismo.
Assim, desde o encerramento da saudosa “Pastelaria Império”, há já alguns anos que o centro tradicional Vendas Novas tem vindo a perder a força, o dinamismo e o vigor que demonstrava até ao final da década de 90. Para este facto contribuíram obviamente:
  • A mudança de ritmos de vida da Sociedade;
  • A redução de clientes neste tipo de comércio e serviços, sobretudo nesta zona da cidade;
  • O encerramento de lojas e pequenos estabelecimentos que existiam na Avenida da República em Vendas Novas;
  • Mas também a deslocação da sede do Estrela Futebol Clube da Rua Joaquim Pedro de Matos para a Avenida 25 de Abril e, consequentemente, de todas as actividades que enchiam antiga sede muitas vezes de visitantes.
Desde então, apenas vingaram no centro de Vendas Novas algumas lojas que teimosamente foram resistindo à adversidade dos tempos.
Somos então obrigados a lamentar que nada tenha sido feito pela Câmara Municipal de Vendas Novas para revitalizar, reinventar, e regenerar esta zona da Cidade. De facto, e como é reconhecido por muitos especialistas na matéria, são as actividades comerciais os principais responsáveis pelo desenvolvimento e sustentabilidade das cidades, sobretudo nos seus centros urbanos e históricos.
Assim, aqui deixo 4 propostas do que poderá e deverá ser feito no Centro Tradicional de Vendas Novas (com alguma criatividade e pouco investimento):
  1. O regresso das Festas do Concelho ao centro da cidade;
  2. A promoção de actividades municipais no Centro Tradicional;
  3. O incentivo ao arrendamento jovem nesta zona;
  4. O incentivo à regeneração urbana, por exemplo, com a criação de um plano de pormenor para esta zona, onde se determinem vários apoios aos proprietários que decidam intervir nos seus imóveis.
No entanto, e mesmo sem qualquer esforço municipal para a revitalização da parte mais nobre da cidade, a verdade é que verificamos com bons olhos que hoje são já vários os empresários vendasnovenses que, num espírito empreendedor e empenhado, mas também arriscado têm vindo a fixar-se nesta zona.
Aliando a este facto a instalação de associações locais na área, como a Casa do Benfica de Vendas Novas, verificamos que tem vindo a aumentar as actividades, levando isto a um reforço da presença dos vendasnovenses no coração da cidade.
Sempre entendi que Vendas Novas tem o seu principal valor nas pessoas, e só com um centro tradicional cheio de gente poderemos ter uma identidade social e cultural forte bem como a necessária produção de riqueza e criação de emprego que nos levam no sentido da sustentabilidade económica.
Congratulo assim, todos os empresários e pequenos investidores que optam por se fixar em Vendas Novas, ao invés de desistirem ou procurarem outras paragens para investir. Só assim poderemos ter um Concelho mais forte, mais desenvolvido e onde se poderá viver melhor.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mais olhos que barriga

Durante grande parte do mês de Setembro, e boa parte do que levamos do mês de Outubro, têm sido notícia as terríveis previsões para as finanças portuguesas, tendo todas as projecções iniciais de todas as entidades sido suplantadas e com todas as previsões para 2012 a serem revistas em baixa. Juntando estes dados ao fraco optimismo dos portugueses e dos europeus em geral, à manutenção de elevadíssimas taxas de desemprego e aos cortes violentíssimos que todos sentimos na carteira, não é expectável que o País viva, nos próximos anos, como tem vivido até aqui.

Este é um momento de extrema importância e em que, mais do que reconhecer erros passados, teremos que olhar para o futuro e encontrar soluções para os problemas com que esperamos vir a deparar-nos. Assim, e mesmo sem sermos especialistas em economia e finanças, há algumas coisas que reconhecemos:

1. Para que o País recupere terá que haver um esforço conjunto que toque todos os sectores da Sociedade num espírito único de motivação nacional;

2. Só por via do aumento das exportações e da redução das importações poderemos resolver as desigualdades da nossa balança comercial;

3. Deveremos continuar a apostar em sectores que nos garantam alguma autonomia financeira como sejam o sector das energias alternativas, das tecnologias e ainda da inovação;

4. Por último, considero fundamental que se continue a manter uma noção básica das funções sociais do Estado, bem como uma visão solidária do seu papel para com as populações. Quero com isto dizer que não é privatizando a água, a Caixa Geral de Depósitos ou a RTP que resolveremos os problemas do País, mas que poderá também ser pela reestruturação dos mesmos e pela responsabilização de quem neles labora.

Quero com isto dizer que a responsabilidade é inerente a qualquer bom profissional e que a ética é o garante do rumo certo para a nossa vida em Sociedade, pelo que devemos pensar no que acontece em Portugal, no que aconteceu na Madeira e no que acontece em muitas das autarquias do nosso País, como Vendas Novas.

Se é certo que a ilha de Jardim nos afundou muito mais do que julgávamos, não é menos verdade que também nas autarquias (independentemente dos partidos que as lideram) existem contas pouco claras e resultados sinceramente preocupantes.

No exemplo da nossa terra, que se soube dever já 7 milhões de euros em Dezembro, foi agora tornado público que a autarquia deve 60.000€ à Junta de Freguesia de Vendas Novas e 25.000€ à de Landeira, existindo mesmo outros fornecedores que não recebem há mais de 1 ano por serviços já prestados.

Pergunto eu: Haverá responsabilidade ou desculpa para que Jardim viva na sua ilha como se nada fosse e que em Vendas Novas se continuem a fazer festas e a esbanjar dinheiro como se a saúde financeira do município fosse um mar de rosas?

Não, e não. Havendo responsabilidade e consciência, nunca poderíamos admitir que em Vendas Novas ou na Madeira existam empresas à beira de fechar devido a dívidas próprias de quem tem mais olhos que barriga.

Ainda se o dinheiro investido resultasse em serviços de incontornável interesse público, mas onde foram investidos os 7 milhões da dívida vendasnovense? Em Mercados vazios? Em Pistas cicláveis? Em estudos e assessorias para “alimentar” os amigos do Partido?

Se, na verdade, estes factos demonstram uma enorme falta de ética e de respeito pelas pessoas, é também como diz o ditado popular: “Quem não tem dinheiro não tem vícios”!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Escola de Esgrima de Vendas Novas inicia mais uma época

Após o encerramento de uma época desportiva recheada de boas participações e resultados dos atletas de Vendas Novas, a Escola de Esgrima de Vendas Novas, da Bússola – ADL de Vendas Novas, iniciou no presente mês de Setembro mais uma época desportiva.

Fazendo um balanço da época passada, e ultrapassados todos os condicionalismos inerentes a uma primeira temporada, podemos dizer que todos (atletas, dirigentes e parceiros) a descrevem como bastante positiva, destacando os seguintes dados:

• 21 Atletas inscritos em vários escalões,

• 9 Participações em provas dos campeonatos nacionais,

• Organização de uma prova de Seniores no nosso Concelho,

• Vários atletas medalhados,

• 5º Lugar no ranking nacional de equipas de Sabre Masculino,

• Um 4º lugar no ranking nacional individual de Sabre Masculino conseguido pelo atleta Gonçalo Serrão.

É pois tempo de definir a nova época desportiva tentando implementar cada vez mais um projecto que dá a conhecer aos jovens do Concelho uma modalidade com cada vez mais praticantes a nível nacional e local, bem como todas as mais-valia que traz para a saúde e para a vida das crianças e jovens que a praticam.

Assim, iniciaram-se no passado dia 12 de Setembro os treinos oficiais contando a Escola, até ao momento, com 10 atletas inscritos no escalão de Benjamins, 4 no escalão de Juvenis e 12 atletas no escalão de Seniores.

Da presente temporada destaca-se desde já a eleição do atleta Ricardo Candeias como Capitão da equipa de Sabre Masculino e a realização da primeira prova do circuito nacional desta arma, no passado dia 18 de Setembro, no Estádio Universitário em Lisboa.

Nesta prova a Bússola – ADL de Vendas Novas participou na competição com 6 atletas inscritos (tendo sido a sala de armas com mais participantes) e conseguido o seu primeiro pódio da temporada – um 3º lugar.

Como não podia deixar de ser é cada vez mais importante destacar e agradecer a todas as entidades que até hoje têm contribuído para que este projecto rume a bom porto como sejam: a Escola Secundária de Vendas Novas, a Etelgra, o Intermarché de Vendas Novas e a Quinta do Mestre sem o apoio dos quais não seria possível a obtenção de resultados tão positivos.

Por último, e enquanto coordenador técnico da Escola de Esgrima da Bússola, destaco o apoio que nos foi prestado pela Câmara Municipal de Vendas Novas para que conseguíssemos trazer para o Concelho uma prova do circuito nacional de Seniores, que em Maio de 2011, contou com mais de 100 praticantes nas várias armas em competição. Este ano esperamos voltar a realizar esta prova na nossa terra e aumentar a representação do Concelho nas várias provas nacionais a realizar.

Acredito que a Esgrima é cada vez mais um desporto implementado em Vendas Novas, terra com elevada tradição na modalidade e que tantas conquistas já teve no panorama nacional ao longo de tantos anos.

Boa sorte a todos os atletas para a presente época desportiva e um obrigado a todos os parceiros!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

49 anos depois da elevação a Concelho

Desde que vivo em Vendas Novas que me apercebo da importância que certos marcos e acontecimentos históricos têm para esta terra, que, à semelhança de outras, deve fazer da exaltação desse passado o garante da valorização do sentimento de pertença das pessoas a um espaço e a um tempo. Vendas Novas não é excepção, apresentando a meu ver 3 datas ímpares na sua história: a passagem a Vila (a 21 de Agosto de 1911); a independência administrativa com a elevação a Concelho (a 7 de Setembro de 1962); e ainda a passagem à categoria de Cidade (a 20 de Maio de 1993).

Assim, após as comemorações da passagem de Vendas Novas a Cidade, a 20 de Maio; do centenário da passagem de Vendas Novas a Vila, no passado dia 21 de Agosto, foi agora tempo de celebrarmos mais uma das 3 principais efemérides que marcam Vendas Novas no tempo e na História: a elevação de Vendas Novas a Concelho.

Lamentavelmente não pudemos ver relembrado, valorizado e celebrado, pelas diversas entidades locais, o primeiro centenário de Vendas Novas enquanto Vila, como seria de esperar, uma vez que este marco é um dos mais importantes do reconhecimento da então recente República Portuguesa à nossa terra.

Um marco que convive com a data da entrada em vigor da própria IV Constituição da República Portuguesa, nesse longínquo dia 21 de Agosto de 1911.

No que diz respeito à elevação a Concelho, 49 anos depois do dia 7 de Setembro de 1962, ainda é possível sentir, da parte de alguns vendasnovenses, uma certa visão histórica, motivada por razões lamentavelmente políticas, que releva para segundo plano este marco, dando-se preferência às celebrações da elevação a cidade.

De facto, em 1962 vivíamos no Estado Novo, mas cumprir quase apenas por obrigação a celebração de uma data que representa a nossa própria independência face a outro Concelho é menosprezar, quer as gentes deste Concelho, quer aquelas que muito contribuíram para que hoje fossemos autónomos.

Neste que é um tempo que deve ser, cada vez mais, virado para consensos geradores de respostas para os muitos problemas que o Município vive, nada mais se poderá pedir aos líderes locais do que a colocação das prioridades de Vendas Novas e dos Vendasnovenses acima das prioridades partidárias. Por certo que para alguns partidos isso é complicado, mas será que as nossas gentes não merecem este esforço? Penso que sim.

Permitam-me pois que vos diga que, do meu ponto de vista, foi uma falha grave esquecer o centenário da Vila de Vendas Novas. Um erro que marca bem os tempos conturbados que vivemos, em que nos esquecemos do que é realmente importante para valorizar o fútil e o comezinho.

Vendas Novas, o seu património, as suas populações, as suas instituições, o seu ser enquanto “Povo Colectivo” têm muito valor.

Viva Vendas Novas!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Passadeiras (In)Seguras


Exemplo de possível ilunimação/sinalização de passadeiras
Em Vendas Novas começa a tornar-se preocupante o número de atropelamentos registados nas passadeiras, sobretudo na Avenida da República, onde até já morreram vendasnovenses.
Tal facto é estranho quando a segurança dos cidadãos é, por excelência, uma das matérias a que qualquer administração pública, seja de nível nacional, regional ou local, deve e tem a obrigação de desenvolver.
Este foi um dos grandes incrementos civilizacionais das Sociedades modernas, e tem sido, felizmente, desenvolvido e consolidado no nosso País.
Neste sentido, todos os esforços devem ser empenhados para conseguirmos viver seguros nas nossas ruas, nos nossos bairros, cidades. No meu ponto de vista, da segurança depende a própria Liberdade, pois só seremos realmente livres quando a segurança nos garanta essa própria condição.
Em Vendas Novas, de há alguns anos a esta parte (e tal como em muitos concelhos de semelhante dimensão e geometria), têm vindo a ser registados problemas graves em matéria de segurança rodoviária, tendo mesmo vários cidadãos sido vitimados no nosso Concelho. Este problema prende-se com a falta de segurança nas passadeiras para peões.
De facto, também noutros concelhos este é um problema que afecta o normal ritmo de vida das pessoas. No entanto, enquanto nesses concelhos se tem tentado encontrar solução para este problema, em Vendas Novas nada se tem feito na matéria.
Assim, deixo aqui algumas sugestões já apresentadas por mim em local próprio, sem que alguma coisa tenha sido desenvolvida:
  1. Repintar as actuais passadeiras uma vez que, em alguns pontos do nosso concelho, as actuais se encontram em mau estado de conservação, ao ponto de muitas vezes nem serem detectadas pelos condutores;
  2. Recolocar e rever a sinalização que indica a proximidade e a localização das passadeiras, recorrendo, se necessário, a melhores materiais reflectores ou mesmo luminosos para o efeito;
  3. Iluminar as passadeiras existentes nas vias com mais movimento do concelho, de modo a que, durante a noite, quer a passadeira, quer os peões que nelas circulam, possam ser vistos.
Para este efeito, existem já vários processos técnicos disponíveis e em utilização em muitas cidades portuguesas. Desde os modernos candeeiros com foco de incidência nas passadeiras, à colocação de leds luminosos no próprio alcatrão (alimentando-os com energia solar para que pisquem aquando da proximidade de um veículo durante o período nocturno) ou mesmo à utilização de tintas reflectoras sobre o alcatrão, muitas são os procedimentos disponíveis para resolver um problema grave e que exige resolução rápida.
Estou certo que, numa questão que implica a segurança dos cidadãos de Vendas Novas, ninguém poderá alegar falta de meios para a execução de procedimentos que venham a resolver o problema, pelo que desejo que, logo após as férias, o executivo municipal resolva este tão sério problema.

As prioridades estratégicas de desenvolvimento do nosso Município podem ter muitas visões, abordagens e mesmo ideologias subjacentes, mas todas elas só devem ser pensadas e estruturadas depois der garantida a preciosa segurança dos habitantes de Vendas Novas.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Olhares de Verão em Vendas Novas

Nas últimas semanas, e com muitos vendasnovenses já de férias, foram notícia 2 acontecimentos sobre os quais gostaria de partilhar algumas reflexões com os leitores deste espaço:

1. Reabriu no passado dia 23 de Julho a Linha Férrea do Alentejo:
Após vários meses de trabalho ao longo do troço entre Bombel e Évora, numa obra para melhorar e transformar o transporte ferroviário alentejano, proporcionando outras condições de conforto aos utentes deste serviço e uma maior eficiência na gestão de recursos, a verdade é que finalmente voltamos a ter um dos mais antigos e importantes serviços do nosso concelho: o comboio.
Num Concelho totalmente atravessado pela linha ferroviária, linha que no passado entrava fábricas dentro para transportar as matérias manufacturadas em Vendas Novas para vários pontos do País e estrangeiro, linha na qual trabalharam e/ou trabalham centenas de Vendasnovenses, esta é uma infra-estrutura ligada à própria história de Vendas Novas.
Assim, é compreensível a obra e o investimento foi feito na Linha do Alentejo, uma vez que necessitava de ser modernizada, melhorada e oferecer um melhor serviço aos seus utilizadores. Só a título de exemplo, Évora está agora a 24 minutos de Vendas Novas, em vez dos quase 40 minutos do passado!
No entanto, nem tudo foi bom neste projecto. Se tivermos uma visão suficientemente crítica sobre este assunto, teremos que reconhecer que a obra efectuada no Largo 5 de Outubro é um mau serviço.
Dos cerca de 20 lugares de estacionamento de que dispunha o antigo largo, agora apenas 8 sortudos poderão parquear nesta zona, vindo esta solução sobrecarregar de estacionamentos a rua da Escola Prática de Artilharia, em mais um atentado à circulação em Vendas Novas.
Pior que isto só o facto de uma carrinha ou autocarro não conseguir dar a volta neste novo largo. De um espaço amplo que era o LARGO 5 de Outubro, passamos a ter um espaço ordenadamente espartilhado, menos funcional, e menos ao serviço da população.
 
2. Ocorreram ainda as Festas de Landeira 2011:

No mesmo fim-de-semana em que reabria a linha férrea em Vendas Novas ocorriam as Festas de Landeira 2011.
Destaco este acontecimento porque me apercebi da importância que tem para a Freguesia rural do nosso Concelho e para as suas gentes. Quando chega o Verão, chegam em sintonia e simbiose os emigrantes e as Festas de Aldeia. De facto, assim é!
Em Landeira não foi diferente e num misto de envolvimento popular, que permite àquelas pessoas o reconhecimento da sua identidade colectiva, enquanto Landeirenses, mas também a construção de uma consciência e sentimento de pertença a um espaço onde vivem, onde trabalham, onde constituíram família, ou onde simplesmente nasceram e são felizes.
Este é o factor mais importante que têm estas festas e que devemos louvar publicamente.
Louvar a comissão de festas e as pessoas e instituições que a compõem pois bem poderiam ir de férias sem stress ou sem trabalhos extra, mas que preferem trabalhar (e trabalhar arduamente) para que as coisas aconteçam.
Louvar estas pessoas e reconhecer o seu trabalho é também louvar a própria terra que acabam por ir construindo. Mesmo que os apoios, que até há 3 anos eram normais, agora praticamente não existam, sobretudo da parte de instituições com tantas responsabilidades Municipais.
Viver as Festas na Landeira este ano foi para mim a prova de que podemos fazer umas boas festas com pouco dinheiro. Segundo informação da Comissão de Festas, com 3 mil euros se fez uma festa com 3 dias de música, baile, convívio, boa comida, bons amigos e sobretudo muita alegria.
Bem hajam os Landeirenses pelo seu esforço e união!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Olhares sobre a Economia

Decorrentes da agenda das últimas duas semanas, gostaria de partilhar com o leitor 3 olhares sobre 3 factos que marcaram o nosso País e que serão decisivos para o futuro que ambicionamos:

1. Em apenas 2 semanas de existência, o Governo Português, liderado por Passos Coelho em coligação com Paulo Portas, sofreu 2 pesadas derrotas a analisar.
Uma primeira derrota de carácter político, com a rejeição de Fernando Nobre para presidente do parlamento português por 2 vezes, e a sua consecutiva renúncia ao cargo de deputado. Uma derrota que espelha o quão lamentavelmente baixo se pode ir na vida pública e um exemplo a não seguir: Nobre quis ser Presidente da República, os portugueses não quiseram; Nobre quis ser Presidente da Assembleia da República, os Deputados não quiseram. De seguida, renuncia ao mandato que lhe deram os portugueses, provando uma enorme falta de respeito para com o seu eleitorado.
Uma segunda derrota, de índole económica, e depois de anunciados terríveis cortes extra ao pacote de medidas da Troika (por si só extremamente duro), e onde se destaca o corte de cerca de metade dos subsídios de Natal dos portugueses, vieram as agências de rating mostrar o seu desprezo por essas medidas, baixando o rating da República Portuguesa para o nível de “Lixo”.
Passos Coelho não consegue assim, e ao contrário do anterior executivo, ganhar a tão necessária credibilidade para conquistar a confiança dos mercados (continuando os juros sobre a nossa dívida em constante subida).
2. Outro olhar importante sobre a mesma matéria tem a ver com a falta de rigor e critério das agências de rating americanas que, pressionadas pelo impulso imperialista do Dólar e de alguns investidores mais inconsequentes, usam o seu enorme poder económico para colocar em causa estados e mesmo a moeda única europeia.
Tal facto vem provar que o capitalismo selvagem que vivemos nos nossos dias, impulsionado por estados cada vez mais liberais e sem qualquer cultura humanista, nos pode levar ao declínio das Sociedades Ocidentais.
Considero que todo e qualquer País deve regular de forma séria os mercados e todo e qualquer Estado tem obrigação de intervir na economia, sob pena desta se sobrepor à soberania desse mesmo Estado.
E, sobretudo, nunca fazer como Cavaco Silva que em 2010 achava que deveríamos deixar as Agências fazer o seu trabalho e que a culpa era interna e que hoje, em 2011, já acha que elas constituem uma ameaça à economia portuguesa. Esta falta de critério e seriedade política impulsionada pela mudança de Governo é que não nos levará a lado nenhum.
3. Face ao momento económico que vivemos e às dificuldades que atravessam países como a Grécia, como a Irlanda, como Portugal, mas também potências mais poderosas como a Espanha e a Itália, constantemente sob ataques especulativos que os impedem de financiar as suas economias e desta forma gerar negócios e empregos, deve a Europa pensar no seu projecto europeu e naquilo que ele representa.
Tal como Mário Soares, acredito que é necessário refundar e realinhar o Projecto Europeu, concebido e defendido por gerações de europeus na busca do Desenvolvimento, da Estabilidade e da consequente Paz. Assim, e perante o ataque ao Euro e à economia europeia, devemos pensar o que queremos para esta Europa, espaço de encontros culturais e de uma riqueza civilizacional sem comparação. Que Europa queremos? E qual o seu Projecto para as nossas vidas? São estas as duas perguntas a que devem os Europeus e também os portugueses responder, com a certeza de que muita coisa terá que mudar.
Para já, será fundamental, do meu ponto de vista, criar uma agência de Rating europeia que concorra com as americanas e nos permita sair da dependência das avaliações tendenciosas que até ao momento têm sido efectuadas. Depois, que se refunde uma Europa centrada no Homem e não na moeda, que se defendam os valores culturais de cada povo e se aprenda a viver sob um padrão civilizacional comum. Seja o caminho qual for (do Federalismo ou da Confederação de Estados) o que importa é que se defina e se avance.
Por mim, considero que deve ser sempre a economia ao serviço do Homem, contribuindo para a sua qualidade de vida e felicidade e nunca o contrário. O Homem não pode ser escravo da economia, sob pena de acabar por perder aquilo que de mais importante tem: a sua própria vida!

Fim de ciclo: Muito obrigado a Todos!

Foi com apenas 24 anos de idade na minha vida que fui convidado a desempenhar funções de Adjunto no Governo Civil de Évora, ao serviço do Distrito de Évora e dos Alentejanos. Um convite, feito a um jovem inexperiente e recentemente acabado de formar, e que muito me honrou, representando para a minha vida profissional um desafio que recordarei para sempre.
Na altura em que encerro funções e após percorrer um longo caminho de 38 meses de serviço à causa pública, ao Distrito, mas também ao Alentejo, julgo apropriado dedicar algumas reflexões e palavras a todos aqueles com quem trabalhei e com quem pude crescer e amadurecer política, profissional e também humanamente.
Agradeço pois e em primeira instância à Sra. Governadora Civil, Fernanda Ramos, a confiança e a aposta num jovem que mais não tinha que tantas outras centenas de jovens do nosso Distrito - a vontade de contribuir para que os seus concidadãos tenham, a cada dia, uma vida melhor.
Agradeço-lhe todos os ensinamentos na gestão dos recursos públicos e na vontade de querer fazer sempre mais e melhor, mas sobretudo a amizade, o exemplo e os valores que me passou e que levarei comigo para a vida. A ela e a todos os funcionários do Governo Civil de Évora um muito obrigado pela possibilidade de desenvolver trabalhos que espero terem contribuído para melhorar a realidade do nosso Distrito e dos nossos concelhos, sobretudo nas áreas a que mais directamente me dediquei: a Prevenção Rodoviária e a Protecção Civil.
Mas importa ainda agradecer a todos os concidadãos e instituições do Distrito na forma como sempre me souberam receber e no tratamento que me deram ao longo desta etapa: às autarquias, às empresas, às escolas e às associações. A todas tenho que agradecer a estima, o carinho, mas também o empenho que ao longo de tantos projectos conjuntos souberam demonstrar.
No momento em que cesso funções, gostava de partilhar convosco, leitores deste espaço que tenho a honra e o privilégio de ocupar no nosso jornal, que são muitas as memórias positivas que levo para a vida. Por certo que também houve adversidades, momentos de dúvida e mesmo de exaustão, mas acredito que são os bons momentos e os objectivos atingidos que marcam as nossas vidas e é desses momentos que extraio todos os ensinamentos que fazem de mim um homem melhor preparado para enfrentar o Futuro.
Foi pois uma honra a oportunidade de poder servir o meu Distrito, o meu Concelho e os meus concidadãos e espero ter estado à altura de todas as espectativas que depositaram em mim. Sei que representar o Governo de José Sócrates nem sempre foi fácil, mas acredito que muita coisa boa se fez e que será a memória colectiva e a de cada um a colocar quem o merece no seu devido lugar histórico.
Neste novo ciclo que agora se inicia, e que foi aliás o caminho Livre e Democraticamente escolhido pelos portugueses, resta-me dar os parabéns ao PSD e desejar boa sorte aos futuros Governantes do nosso País.
Desejar-lhes mesmo mais sorte do que teve o XVII Governo Constitucional que com orgulho e honra representei, pedindo-lhes que acreditem nas empresas, nas instituições e em todas as pessoas do nosso País, pois só assim será possível Portugal vencer as dificuldades que actualmente atravessa.
Por último, gostava de agradecer a todos os vendasnovenses que me encorajaram e me deram o mote para que desse sempre o meu melhor, em cada dia, ao serviço da causa pública. Que me fizeram acreditar que de facto podemos ser nós, jovens, a construir um melhor futuro para aqueles que nos rodeiam e que, para tal, basta acreditarmos nas bandeiras que defendemos e empenharmo-nos em as levantar, aprendendo e crescendo sempre com os bons exemplos.
A todos, um saudoso: “Até já”!

A Época dos Incêndios está a chegar

Todos os anos por alturas de Maio e Junho há uma temática que preocupa grande parte da população portuguesa, desde os produtores florestais aos Bombeiros Voluntários, das Câmaras Municipais ao Governo Português, e que deve, pela sua especificidade, ser encarada com precaução e muita seriedade – os Incêndios Florestais.
Não é a primeira vez que escrevo sobre o tema e, não será certamente a última, uma vez que considero que pelo esforço e dedicação de tantos homens e mulheres, pelos danos materiais e infelizmente também humanos que provocam, os incêndios devem ser tidos em linha de conta e a preparação das épocas mais criticas bem programada.
Neste sentido, e dado que no passado Domingo entrámos na chamada Fase Bravo (a primeira da época, em que se exige um reforço do Dispositivo anual de Combate a Incêndios Florestais), penso que tenho o dever de alertar toda os vendasnovenses e todos os leitores desta coluna para a difícil época de combate a incêndios que se aproxima e que todas as previsões apontam como uma das mais perigosas dos últimos anos.
Para percebermos o aumento do risco tenhamos em consideração os seguintes factores:
1.      Pluviosidade – tal como em 2010 este foi um dos Invernos em que se registou uma das maiores pluviosidades de que há memória;
2.      Crescimento de herbáceas – com a chuva, a tendência de crescimento de algumas espécies de ervas foi por demais evidente e bastar-nos-á percorrer alguns caminhos de Vendas Novas para o percebermos;
3.      Súbito aumento de temperaturas – com o aumento súbito das temperaturas (que já registamos) é muito natural que todas essas ervas sequem e que a sua disponibilidade para a combustão aumente, aumentando também o risco de ocorrência de incêndios florestais e agrícolas.
Assim, é facilmente perceptível que a conduta e a prevenção destes incêndios terá também que ser tida em conta e, desta forma, existem alguns trabalhos que não se dispensam no actual momento:
·        Os proprietários agrícolas e florestais, as empresas privadas e públicas, como sejam as Estradas de Portugal, a EDP, e REN e a CP, que são por lei obrigados a desmatar e limpar os seus terrenos, bem como a criar os tão importantes aceiros que impedem a propagação dos fogos a outras parcelas de terrenos, devem, caso ainda não o tenham feito, iniciar desde já os trabalhos que permitirão uma mais fácil actuação de Bombeiros e restantes entidades, em caso de incêndio;
·        Mas também, e acima de tudo, as Câmaras Municipais, responsáveis pela limpeza de vastas áreas de terrenos municipais situados, quer nos perímetros urbanos das povoações, quer nos caminhos e vias municipais, devem desde já actuar no sentido de se precaverem e de protegerem desde já os seus bens patrimoniais e as suas populações.
Neste sentido, deixo 3 conselhos úteis a qualquer cidadão, com vista a tornar menos danosa a época de incêndios que se avizinha:
·        Não atire beatas para o chão, sobretudo enquanto conduz;
·        Não faça queimadas sem estarem licenciadas pela nossa Câmara Municipal, lembrando-se que após o dia 1 de Julho são expressamente PROIBIDAS;
·        Não faça fogueiras que possam colocar em risco a nossa fauna e a nossa flora!
Lembre-se que não quererá ter na sua consciência o peso da destruição!
Ajude a contribuir para um Verão seguro nas nossas Florestas!

terça-feira, 14 de junho de 2011

José Sócrates - o Homem!

Nunca conheci nenhum líder, seja ele político, ou de outra natureza que tivesse sido consensual. Não conheci, e acredito que não existiu.

Saliento no entanto que José Sócrates soube lidar bem com esse facto e que deixou para a História de Portugal uma marca que a todos deve orgulhar, esperando que lhe seja feita justiça.

Não saliento as marcas que certamente todos conhecem e que ao longo dos últimos anos aqui fui deixando e que certamente recordaremos no futuro. Prefiro salientar um sentimento de que quem faz o que deve nada pode temer: a isto chama-se Responsabilidade e Grandeza!

Perdeu eleições! E daí?! Quantos grandes líderes por esse mundo fora não as perderam? Quantos não foram derrotados e continuam a ser amados?

Prefiro perguntar ainda:

Quantos líderes por este mundo fora perderam eleições e tiveram, mesmo assim a dignidade, a honra e a nobreza de espírito de felicitar os adversários e agradecer ao seu próprio povo?
Quantos se dignaram sentir-se realizados e agradecidos só pela oportunidade concedida de contribuir para o progresso com aquela que é a sua Visão?

José Sócrates efectivamente venceu! Venceu não politicamente, mas enquanto ser humano que é! Porque só um grande Ser Humano poderia ter tanta força, num momento em à maioria faltava!

Depois deste discurso de "despedida" percebo que não houve uma derrota, mas sim uma vitória.

Venceu a Democracia, Venceu José Sócrates e Vencerá Portugal.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Vendas Novas à beira da bancarrota

7.313.106,53€

Mais de 7 milhões de euros é o número da dívida do Município de Vendas Novas. Nunca até hoje algum executivo tinha conseguido gastar tanto, dever tanto, fazendo tão pouco!

Recuemos um pouco. Decorreu na passada sexta feira, 29 de Abril, no Centro Cultural Polivalente a sessão ordinária da Assembleia Municipal em que foram analisadas as contas do município no ano de 2010 e a gestão autárquica do Partido Comunista Português demonstrou mais uma vez que apenas serve para hipotecar o futuro dos vendasnovenses.

Destacamos pois 3 análises distintas:

1. A dívida da autarquia: 7 Milhões de euros:

Comecemos pelo início. Durante o ano de 2010 a nossa autarquia ficou a dever 7 milhões de euros, sendo que, destes, metade (3 milhões – 3.055.480,90€) são dívida a fornecedores e 250.000,00€ a fornecedores de Vendas Novas. Ou seja, uma autarquia que pouco mais fez no último ano que criticar o Governo, apresenta agora um balanço francamente negativo da sua actividade, atingindo uma dívida histórica que coloca em sério risco a actividade de muitas empresas de Vendas Novas que, em alguns casos, não recebem há mais de 1 ano as contas que o Município lhes deve.

A título de exemplo:
2. A falta de liquidez na tesouraria da Câmara:

No que ao segundo ponto diz respeito será importante explicar que a falta de liquidez se verifica na diferença entre o activo e o passivo da nossa autarquia. Isto quer dizer que se em Dezembro a nossa Câmara fosse obrigada a pagar as suas dívidas apenas pagaria 0,42% desse total, obtendo uma conta negativa de -2.195.842,00€. Esta situação significa que já nem o património activo do município de Vendas Novas chegaria para pagar as dívidas da Câmara Municipal.

3. A (má) gestão da maioria CDU/PCP:

Por último, destacaria as opções de gestão que têm sido tomadas pelo nosso executivo de maioria comunista. Sirvo-me apenas de 1 pequenino exemplo para o efeito: nas últimas comemorações do 25 de Abril, num dos anos mais difíceis que o nosso País já atravessou, como é possível terem sido gastos vários milhares de euros em fogo-de-artifício? Como é possível continuar a “queimar dinheiro” nas ruas quando se devem milhões a fornecedores?

De facto o momento é demasiado sério e preocupante! E se é certo que na referida reunião se mostrou preocupado o próprio Presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, a verdade é que continua a gastar como se nada devesse, ignorando até quanto se queimou no fogo, apenas sabia que tinha sido menos que no ano passado.

Pague-se a quem se deve e deixemo-nos de festas! Tenhamos a coragem, a determinação e a responsabilidade de dizer às pessoas que este ano será especial e que isso tocará a todos. Estou certo e convicto que nenhum vendasnovense teria levado a mal celebrar Abril sem fogo-de-artifício, sobretudo porque não é essa a sua essência.

Esgrima regressa em força a Vendas Novas

Desde há longos anos a esta parte que Vendas Novas desenvolve uma interessante actividade numa prática desportiva que não é de massas, mas que merece a atenção e reconhecimento público de todo um Concelho.

Na verdade, Vendas Novas sempre se destacou no panorama nacional pelas suas boas “Salas de Armas” e pela capacidade de formação e liderança dos seus atletas, tendo tido o ponto mais alto nesta modalidade a realização do 1º Torneio Internacional da Amizade, que se realizou em Vendas Novas, nos dias 8, 9 e 10 de Setembro de 1989, e que contou com a participação de diversas comitivas nacionais e internacionais e a participação de alguns dos então atletas olímpicos e campeões do mundo.

Enquanto praticante da modalidade, iniciei a minha aprendizagem na arma de Espada com apenas 13 anos, e foi com bastante tristeza que vi fechar a sala de armas que existia no Concelho nessa altura.

No entanto, as raízes e os ensinamentos ficaram e foi com bons olhos que vi ressurgir no ano de 2009 a Sala de Armas de Vendas Novas, agora gerida pela Bússola – Associação de Desenvolvimento Local de Vendas Novas e com uma importante componente de formação dos mais novos.

Assim, como no passado, também hoje Vendas Novas começa a marcar o panorama nacional da esgrima, de que é exemplo a última prova do Circuito Nacional de Esgrima – Seniores 4 – que se realizou no Concelho de Vendas Novas no passado fim-de-semana de 26 e 27 de Março.

Nesta prova participaram cerca de 110 atletas das 3 armas (Florete, Espada e Sabre), com particular destaque para os campeões nacionais de todas as armas e alguns atletas olímpicos (como é o caso do atleta português Joaquim Videira).

A “armada” vendasnovense, treinada por Alfredo Alves, contou com a participação de 8 atletas nas competições, sendo de destacar o atleta Ricardo Candeias que disputou a prova de Espada Masculina e dos atletas Bruno Parrulas, Cristina Monteiro, Gonçalo Serrão, Nuno Mendes, Paulo Manuel, Ricardo Candeias e eu próprio na arma de Sabre.

Dos resultados desportivos (que nem sempre são o mais importante) ficam para a performance da Bússola dois 3º lugares conseguidos na prova de Sabre. De destacar ainda as vitórias de Ana Vicente, do CAE, na prova de Espada Feminina; de João Cordeiro, do CAE, na prova de Espada Masculina; de José Pedro, do EBAI, na prova de Sabre Masculino e de Débora Nogueira, do GCP, na arma de Florete Feminino.

“E o Povo, pá?”

“…quer dinheiro para comprar um carro novo!

Assim diz a letra de uma famosa canção da comédia de intervenção portuguesa dos Homens da Luta. E será mesmo assim o Povo? Será que nos importamos mais com o nosso próprio umbigo que com o nosso País? E o que significará hoje o “Povo”?

Quando ouvimos falar no “Povo” e nos seus desejos, 2 questões nos devem surgir imediatamente:

1. A primeira, e mais óbvia, tem a ver com aquilo que é a vontade expressa de alguns e que, de facto, nem sempre transmite aquilo que a outra parte do “Povo” necessita e quer. Por outras palavras, se 50 mil pessoas lutam por uma coisa, teremos certamente mais 50 que lutam por outra e outras 50 a quem não servem os 50 da primeira, nem os 50 da segunda.

É nesta diferença que está a riqueza de toda e qualquer democracia. Só mediante as diferenças de opinião se funda aquilo que faz progredir as sociedades e é no questionarmos o que queremos para o nosso futuro enquanto “Povo” que faz de nós seres com vontade e meios próprios para decidirmos da nossa vida.

2. A segunda questão surgiu-me depois de ouvir o Prof. Doutor António Feijó, Director da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no último programa “Prós e Contras” da RTP. Dizia Feijó que a constituição americana se inicia por uma expressão sem tradução perfeita para a Língua Portuguesa: “We, the People” / “Nós, o Povo”. De facto quando falamos do “Povo” em Portugal, há uma imediata declaração de que falamos do que é externo, de algo de que não fazemos parte, sendo mais fácil de dizer “O Povo quer” do que “Nós o povo, queremos…”.

É neste ponto que perde força a utilização do “Povo” na boca de certas pessoas. Quando dizemos mal do Governo, quando nos queixamos das nossas condições de vida, a verdade é que continuamos a dizer que “o Povo sofre e passa dificuldades”, sem dizermos o quão difícil é sermos nós próprios o Povo.

Mas não seremos um pouco egoístas demais para nos colocarmos, muitas vezes, acima da própria Nação? Durante a última semana ouvi vários vendasnovenses da nossa praça que se queixavam de terem sido cortados nos seus ordenados. Alguns reconhecendo que não havia mais nada a fazer depois de tantos erros passados, outros dizendo que estavam a ser roubados e que não poderiam manter o nível de vida que tinham diante desta situação.

Perante isto, coloquei a uns e a outros algumas questões:

1. Deveria o Governo deixar de cortar nos ordenados dos que mais ganham e cortar nos que ganham menos?

2. Deveríamos ter deixado as coisas andar até o País entrar na bancarrota?

3. Deveríamos cortar nas empresas, fazendo com que se deslocassem para outros países deixando os seus empregados sem solução?

4. Deveríamos ter seguido o caminho mais fácil ou será que este caminho difícil que seguimos é o único que podemos seguir para nos mantermos?

A tudo isto me iam respondendo que, “de facto, pouco havia a fazer de diferente”, “ que ninguém viria fazer melhor”, “que pior só mesmo termos cá o FMI”. No entanto, estes cidadãos estavam revoltados e consigo compreender o motivo da sua revolta.

Ainda assim, sou dos que acreditam que NÓS somos o POVO; que aquilo que hoje nos custa é sinal de responsabilidade; que aquilo que hoje não ganhamos e/ou pagamos a mais será revertido em melhores dias para os nossos filhos. Não podemos é assumir-nos como egoístas e pensarmos mais em nós que no próprio País. Se vivemos em sociedade, temos todos que ajudar a ultrapassar os problemas que nos vão surgindo. Agora vivemos em crise, mas é quase certo que “depois da tempestade…”