segunda-feira, 2 de maio de 2011

Vendas Novas à beira da bancarrota

7.313.106,53€

Mais de 7 milhões de euros é o número da dívida do Município de Vendas Novas. Nunca até hoje algum executivo tinha conseguido gastar tanto, dever tanto, fazendo tão pouco!

Recuemos um pouco. Decorreu na passada sexta feira, 29 de Abril, no Centro Cultural Polivalente a sessão ordinária da Assembleia Municipal em que foram analisadas as contas do município no ano de 2010 e a gestão autárquica do Partido Comunista Português demonstrou mais uma vez que apenas serve para hipotecar o futuro dos vendasnovenses.

Destacamos pois 3 análises distintas:

1. A dívida da autarquia: 7 Milhões de euros:

Comecemos pelo início. Durante o ano de 2010 a nossa autarquia ficou a dever 7 milhões de euros, sendo que, destes, metade (3 milhões – 3.055.480,90€) são dívida a fornecedores e 250.000,00€ a fornecedores de Vendas Novas. Ou seja, uma autarquia que pouco mais fez no último ano que criticar o Governo, apresenta agora um balanço francamente negativo da sua actividade, atingindo uma dívida histórica que coloca em sério risco a actividade de muitas empresas de Vendas Novas que, em alguns casos, não recebem há mais de 1 ano as contas que o Município lhes deve.

A título de exemplo:
2. A falta de liquidez na tesouraria da Câmara:

No que ao segundo ponto diz respeito será importante explicar que a falta de liquidez se verifica na diferença entre o activo e o passivo da nossa autarquia. Isto quer dizer que se em Dezembro a nossa Câmara fosse obrigada a pagar as suas dívidas apenas pagaria 0,42% desse total, obtendo uma conta negativa de -2.195.842,00€. Esta situação significa que já nem o património activo do município de Vendas Novas chegaria para pagar as dívidas da Câmara Municipal.

3. A (má) gestão da maioria CDU/PCP:

Por último, destacaria as opções de gestão que têm sido tomadas pelo nosso executivo de maioria comunista. Sirvo-me apenas de 1 pequenino exemplo para o efeito: nas últimas comemorações do 25 de Abril, num dos anos mais difíceis que o nosso País já atravessou, como é possível terem sido gastos vários milhares de euros em fogo-de-artifício? Como é possível continuar a “queimar dinheiro” nas ruas quando se devem milhões a fornecedores?

De facto o momento é demasiado sério e preocupante! E se é certo que na referida reunião se mostrou preocupado o próprio Presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, a verdade é que continua a gastar como se nada devesse, ignorando até quanto se queimou no fogo, apenas sabia que tinha sido menos que no ano passado.

Pague-se a quem se deve e deixemo-nos de festas! Tenhamos a coragem, a determinação e a responsabilidade de dizer às pessoas que este ano será especial e que isso tocará a todos. Estou certo e convicto que nenhum vendasnovense teria levado a mal celebrar Abril sem fogo-de-artifício, sobretudo porque não é essa a sua essência.

Esgrima regressa em força a Vendas Novas

Desde há longos anos a esta parte que Vendas Novas desenvolve uma interessante actividade numa prática desportiva que não é de massas, mas que merece a atenção e reconhecimento público de todo um Concelho.

Na verdade, Vendas Novas sempre se destacou no panorama nacional pelas suas boas “Salas de Armas” e pela capacidade de formação e liderança dos seus atletas, tendo tido o ponto mais alto nesta modalidade a realização do 1º Torneio Internacional da Amizade, que se realizou em Vendas Novas, nos dias 8, 9 e 10 de Setembro de 1989, e que contou com a participação de diversas comitivas nacionais e internacionais e a participação de alguns dos então atletas olímpicos e campeões do mundo.

Enquanto praticante da modalidade, iniciei a minha aprendizagem na arma de Espada com apenas 13 anos, e foi com bastante tristeza que vi fechar a sala de armas que existia no Concelho nessa altura.

No entanto, as raízes e os ensinamentos ficaram e foi com bons olhos que vi ressurgir no ano de 2009 a Sala de Armas de Vendas Novas, agora gerida pela Bússola – Associação de Desenvolvimento Local de Vendas Novas e com uma importante componente de formação dos mais novos.

Assim, como no passado, também hoje Vendas Novas começa a marcar o panorama nacional da esgrima, de que é exemplo a última prova do Circuito Nacional de Esgrima – Seniores 4 – que se realizou no Concelho de Vendas Novas no passado fim-de-semana de 26 e 27 de Março.

Nesta prova participaram cerca de 110 atletas das 3 armas (Florete, Espada e Sabre), com particular destaque para os campeões nacionais de todas as armas e alguns atletas olímpicos (como é o caso do atleta português Joaquim Videira).

A “armada” vendasnovense, treinada por Alfredo Alves, contou com a participação de 8 atletas nas competições, sendo de destacar o atleta Ricardo Candeias que disputou a prova de Espada Masculina e dos atletas Bruno Parrulas, Cristina Monteiro, Gonçalo Serrão, Nuno Mendes, Paulo Manuel, Ricardo Candeias e eu próprio na arma de Sabre.

Dos resultados desportivos (que nem sempre são o mais importante) ficam para a performance da Bússola dois 3º lugares conseguidos na prova de Sabre. De destacar ainda as vitórias de Ana Vicente, do CAE, na prova de Espada Feminina; de João Cordeiro, do CAE, na prova de Espada Masculina; de José Pedro, do EBAI, na prova de Sabre Masculino e de Débora Nogueira, do GCP, na arma de Florete Feminino.

“E o Povo, pá?”

“…quer dinheiro para comprar um carro novo!

Assim diz a letra de uma famosa canção da comédia de intervenção portuguesa dos Homens da Luta. E será mesmo assim o Povo? Será que nos importamos mais com o nosso próprio umbigo que com o nosso País? E o que significará hoje o “Povo”?

Quando ouvimos falar no “Povo” e nos seus desejos, 2 questões nos devem surgir imediatamente:

1. A primeira, e mais óbvia, tem a ver com aquilo que é a vontade expressa de alguns e que, de facto, nem sempre transmite aquilo que a outra parte do “Povo” necessita e quer. Por outras palavras, se 50 mil pessoas lutam por uma coisa, teremos certamente mais 50 que lutam por outra e outras 50 a quem não servem os 50 da primeira, nem os 50 da segunda.

É nesta diferença que está a riqueza de toda e qualquer democracia. Só mediante as diferenças de opinião se funda aquilo que faz progredir as sociedades e é no questionarmos o que queremos para o nosso futuro enquanto “Povo” que faz de nós seres com vontade e meios próprios para decidirmos da nossa vida.

2. A segunda questão surgiu-me depois de ouvir o Prof. Doutor António Feijó, Director da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no último programa “Prós e Contras” da RTP. Dizia Feijó que a constituição americana se inicia por uma expressão sem tradução perfeita para a Língua Portuguesa: “We, the People” / “Nós, o Povo”. De facto quando falamos do “Povo” em Portugal, há uma imediata declaração de que falamos do que é externo, de algo de que não fazemos parte, sendo mais fácil de dizer “O Povo quer” do que “Nós o povo, queremos…”.

É neste ponto que perde força a utilização do “Povo” na boca de certas pessoas. Quando dizemos mal do Governo, quando nos queixamos das nossas condições de vida, a verdade é que continuamos a dizer que “o Povo sofre e passa dificuldades”, sem dizermos o quão difícil é sermos nós próprios o Povo.

Mas não seremos um pouco egoístas demais para nos colocarmos, muitas vezes, acima da própria Nação? Durante a última semana ouvi vários vendasnovenses da nossa praça que se queixavam de terem sido cortados nos seus ordenados. Alguns reconhecendo que não havia mais nada a fazer depois de tantos erros passados, outros dizendo que estavam a ser roubados e que não poderiam manter o nível de vida que tinham diante desta situação.

Perante isto, coloquei a uns e a outros algumas questões:

1. Deveria o Governo deixar de cortar nos ordenados dos que mais ganham e cortar nos que ganham menos?

2. Deveríamos ter deixado as coisas andar até o País entrar na bancarrota?

3. Deveríamos cortar nas empresas, fazendo com que se deslocassem para outros países deixando os seus empregados sem solução?

4. Deveríamos ter seguido o caminho mais fácil ou será que este caminho difícil que seguimos é o único que podemos seguir para nos mantermos?

A tudo isto me iam respondendo que, “de facto, pouco havia a fazer de diferente”, “ que ninguém viria fazer melhor”, “que pior só mesmo termos cá o FMI”. No entanto, estes cidadãos estavam revoltados e consigo compreender o motivo da sua revolta.

Ainda assim, sou dos que acreditam que NÓS somos o POVO; que aquilo que hoje nos custa é sinal de responsabilidade; que aquilo que hoje não ganhamos e/ou pagamos a mais será revertido em melhores dias para os nossos filhos. Não podemos é assumir-nos como egoístas e pensarmos mais em nós que no próprio País. Se vivemos em sociedade, temos todos que ajudar a ultrapassar os problemas que nos vão surgindo. Agora vivemos em crise, mas é quase certo que “depois da tempestade…”

Geração Desenrasca

Basta de gerações que vão do “rasca” ao “à rasca”!

Portugal é palco no dia em que escrevo de mais uma manifestação contra o Estado actual do País e contra o Governo Português. Uma manifestação que cumprirá a sua importante missão de ser um escape democrático para tantas frustrações e descontentamentos.

Assim vistas as coisas, esta será apenas mais uma manifestação a juntar a tantas outras que já se têm realizado e que se descrevem pela sabedoria popular: “Casa onde não há pão…”.

No entanto, julgo merecer particular destaque a que hoje se realiza por ser uma manifestação de jovens ditos “à rasca” e ditos “apartidários” que exigem ao Governo não se percebe bem o quê.

De facto, permitam-me que comece por salientar e clarificar que compreendo os motivos da manifestação, nomeadamente a frustração de tantos jovens que, pelo nosso Portugal fora, mereciam um emprego e uma vida mais estável.

No entanto, e como não costumo falar do que não sei e/ou conheço, dei-me ao trabalho de ler na íntegra o manifesto que une tais jovens e permitam-me que lamente a falta de bom senso dos seus líderes:

1. Não se consegue compreender como esperam que a maioria da juventude se reveja num documento sectário, sem sentido de responsabilidade e sem visão de futuro (convido o leitor a lê-lo);

2. Este é um movimento que ganhou forma nas redes sociais e onde cerca de 60 mil jovens indicaram que iam participar e quase 90 mil jovens que não se revêem nele;

3. Este é um movimento onde muitos jovens têm razão para estar, mas onde muitos outros só vão por motivos políticos, tendo muito pouco de apartidário (na sua liderança encontram-se militantes da Juventude Comunista e da Juventude Bloquista);

4. Este é um movimento onde apenas 30% dos participantes são efectivamente jovens.

Da minha parte, este movimento não pode acolher simpatia e, embora compreenda as razões que levam os jovens a manifestarem-se, tenho também que compreender que há no nosso País casos de sucesso de muitos jovens que, em vez de empunharem bandeiras de revolta, se dedicam ao trabalho, ao empreendedorismo e à inovação.

Assim, acho que o resultado prático da manifestação será nulo e que todos esses jovens deveriam olhar para aqueles que:

1. Criam as suas próprias empresas (com ou sem apoios estatais) e geram emprego para outros que, como eles, se encontravam desempregados;

2. Lutam em cada dia para poderem estudar e conseguir realizar os seus sonhos contra todas as adversidades;

3. Não esperam que sejam os pais a trabalhar por eles e assegurar que o seu futuro esteja garantido.

Isto é que tem que ser valorizado nos dias difíceis que atravessamos. Aqueles que, mesmo sem grandes oportunidades, lutam e conseguem vencer. E se é certo que hoje atingimos o recorde de desempregados entre os licenciados, também é verdade que atingimos o nosso número máximo de licenciados empregados e isto porque simplesmente temos mais licenciados em geral. Porque será que não ouço ninguém dizer isto?

Enquanto jovem, acredito que somos nós os construtores do futuro e, por esse motivo, acho que basta de “gerações rascas”, “à rasca” ou “desenrascas”, gerações pessimistas e que nem em si próprias acreditam.

Ao contrário de um certo grupo musical, não acredito que seja parvo estudar. Acredito que o caminho para uma vida melhor é o ensino e a qualificação, sendo que ninguém deve acreditar que por tirar um curso superior tem automaticamente acesso a trabalho.

Não cairei no oportunismo fácil nosso contemporâneo em que vende mais dizer o que todos gostam de ouvir. Sendo sérios e pensando no Futuro, temos que ser realistas e dizer a verdade nos momentos difíceis como nos momentos fáceis.

A luta faz-se trabalhando e fazendo por ganhar a vida, mostrando aquilo em que somos bons e onde podemos fazer a diferença, não se faz na rua e nas manifestações! Pela minha parte acho que se aplica, mais do que nunca, a célebre frase de uma música mais antiga: “O Futuro está perto e é preciso enfrentá-lo com garra…

O Maior Bem

Nas últimas semanas um nome de uma criança tem sido notícia por Vendas Novas: a pequena Joana Martins. Uma vendasnovense de apenas 1 ano de idade a quem foi recentemente diagnosticada uma leucemia mieloblástica aguda, e tem a particularidade de ir transformando os glóbulos brancos em células cancerígenas.

Curioso acerca deste caso, que gerou uma importante onda positiva nas redes sociais, mas também nos cafés e locais de convívio entre os jovens, pensei que não poderia deixar de utilizar este espaço na Gazeta de Vendas Novas para tentar ajudar esta minha conterrânea, mas também os seus jovens pais e restantes familiares que vivem agora uma epopeia diária na busca de um dador de medula óssea compatível com a Joaninha.

Desde 2009 que estou inscrito como dador de medula óssea e apelo hoje a que o caro leitor também o faça. A inscrição consiste num procedimento simples que todos aqueles que possam devem fazer.

Assim, julgo importante esclarecer o leitor sobre as condições para se inscreverem como dador:

• Ter entre 18 e 45 anos;

• 50 kg de peso mínimo;

• Não ser portador de doenças crónicas ou auto-imunes;

• Não ter recebido transfusões de sangue desde 1980.

Para ajudarmos a que esta história tenha o melhor desfecho, cabe-nos acreditar e tentar todos ajudar a Joana, dentro das nossas possibilidades.

Uma coisa é certa: até ao momento em que escrevo, o grupo dos Amigos da Joana no Facebook tem já quase 3.000 membros e várias sessões de recolha de medula óssea foram já realizadas e agendadas.

Em Vendas Novas, haverá uma recolha no próximo Domingo, 6 de Março, entre as 9h e as 13h, na Sede da Associação dos Dadores Benévolos de Sangue, junto ao Largo dos Bombeiros Voluntários. A todos os vendasnovenses e leitores da minha crónica deixo o meu apelo pessoal: não deixem de olhar para esta menina como se fosse a vossa própria filha, a vossa irmã ou amiga. Com a maior urgência, inscrevam-se como dadores de medula e ajudem a salvar a Joana ou outras “Joanas” que possam estar a passar pelo mesmo.

Aqui fica o meu desejo de que, algures neste enorme “Banco de solidariedade” que estamos a criar, resida a cura que permitirá dar à Joaninha e aos seus familiares uma vida cheia de sorrisos e alegrias. No fundo, todos temos dentro de nós a possibilidade de partilhar com alguém (familiar, amigo, conhecido ou perfeito estranho), aquilo que é o nosso maior bem: a Vida.

Aos pais, avós e a todos os amigos da família da Joana uma palavra de solidariedade, de amizade e de coragem.