segunda-feira, 15 de abril de 2013

Comunidade Associativa – Parte 3


Participei, no passado dia 16 de Março, a convite do Desportivo Clube das Piçarras, numa iniciativa acerca de um dos temas a que tenho dedicado mais linhas: o Associativismo.
A iniciativa, além de se propor a refletir sobre o estado atual das coletividades, que ao longo de tantos anos têm contribuído para que a nossa sociedade possa ser a cada dia melhor, permitiu ainda efetuar o lançamento do livro “Manuel do Dirigente Associativo”, de autoria de Maria João Santos e Sérgio Pratas, ambos presentes na sessão promovida por aquela Associação Vendasnovenses.
Consegui, neste dia e finalmente, que alguém (mais especializado na matéria) me quantificasse a verdadeira expressão deste verdadeiro exército de estóicos dirigentes que diariamente fazem acontecer pequenos milagres que enriquecem em cada momento as suas terras: 45.000 dirigentes associativos.
Este é o espantoso número de portugueses que todos os dias se dedicam à comunidade, às suas terras e a melhorar um pouco mais a vida dos outros.
Perante tais números que muito representam certamente para a economia do nosso País, mas também para as economias locais, foi ainda possível compreender o verdadeiro produto do seu trabalho, quantificando-o nos muitos milhares de horas de dedicação às suas múltiplas causas.
Na referida ação tive ainda a oportunidade de salientar aquilo que de mais valioso tem para mim esta máquina orgânica: o enorme contributo de manter vivas as povoações e ativas as populações e o de concorrer para o desenvolvimento desportivo, cultural, educativo, mas também social das comunidades.
Como já defendi em artigos anteriores, as Câmaras Municipais devem, neste momento particularmente difícil da vida comunitária, apoiar ainda mais o associativismo, tornando claras, de uma vez por todas, as prioridades dos Municípios.
Ao contrário do que alguns políticos da nossa praça querem fazer crer quando anunciam os milhares de euros atribuídos anualmente às associações, não é um favor que as Câmaras Municipais fazem ao atribuir essas verbas.
Esta é sim a sua obrigação. Apoiar aqueles que realmente fazem bem o seu trabalho. Apoiar quem mais bem conhece a realidade das pessoas no seu contexto vivencial.
A isto chama-se justiça institucional. A isto chama-se eficiência comunitária. A isto chamam os antigos de bom senso!
No fundo, o Associativismo é uma das melhores e mais completas formas de a Sociedade se reinventar continuamente, pelo que investir nas coletividades é investir nas pessoas, no seu bem-estar e na promoção de uma vida saudável.
Deixo aqui um grande agradecimento ao Desportivo Clube das Piçarras (na pessoa do Tiago Aldeias) pela enorme iniciativa que conseguiram desenvolver e que, quer pela sua pertinência no atual contexto, quer pelo pragmatismo da sua organização, merecem este meu reconhecimento.