quinta-feira, 8 de setembro de 2011

49 anos depois da elevação a Concelho

Desde que vivo em Vendas Novas que me apercebo da importância que certos marcos e acontecimentos históricos têm para esta terra, que, à semelhança de outras, deve fazer da exaltação desse passado o garante da valorização do sentimento de pertença das pessoas a um espaço e a um tempo. Vendas Novas não é excepção, apresentando a meu ver 3 datas ímpares na sua história: a passagem a Vila (a 21 de Agosto de 1911); a independência administrativa com a elevação a Concelho (a 7 de Setembro de 1962); e ainda a passagem à categoria de Cidade (a 20 de Maio de 1993).

Assim, após as comemorações da passagem de Vendas Novas a Cidade, a 20 de Maio; do centenário da passagem de Vendas Novas a Vila, no passado dia 21 de Agosto, foi agora tempo de celebrarmos mais uma das 3 principais efemérides que marcam Vendas Novas no tempo e na História: a elevação de Vendas Novas a Concelho.

Lamentavelmente não pudemos ver relembrado, valorizado e celebrado, pelas diversas entidades locais, o primeiro centenário de Vendas Novas enquanto Vila, como seria de esperar, uma vez que este marco é um dos mais importantes do reconhecimento da então recente República Portuguesa à nossa terra.

Um marco que convive com a data da entrada em vigor da própria IV Constituição da República Portuguesa, nesse longínquo dia 21 de Agosto de 1911.

No que diz respeito à elevação a Concelho, 49 anos depois do dia 7 de Setembro de 1962, ainda é possível sentir, da parte de alguns vendasnovenses, uma certa visão histórica, motivada por razões lamentavelmente políticas, que releva para segundo plano este marco, dando-se preferência às celebrações da elevação a cidade.

De facto, em 1962 vivíamos no Estado Novo, mas cumprir quase apenas por obrigação a celebração de uma data que representa a nossa própria independência face a outro Concelho é menosprezar, quer as gentes deste Concelho, quer aquelas que muito contribuíram para que hoje fossemos autónomos.

Neste que é um tempo que deve ser, cada vez mais, virado para consensos geradores de respostas para os muitos problemas que o Município vive, nada mais se poderá pedir aos líderes locais do que a colocação das prioridades de Vendas Novas e dos Vendasnovenses acima das prioridades partidárias. Por certo que para alguns partidos isso é complicado, mas será que as nossas gentes não merecem este esforço? Penso que sim.

Permitam-me pois que vos diga que, do meu ponto de vista, foi uma falha grave esquecer o centenário da Vila de Vendas Novas. Um erro que marca bem os tempos conturbados que vivemos, em que nos esquecemos do que é realmente importante para valorizar o fútil e o comezinho.

Vendas Novas, o seu património, as suas populações, as suas instituições, o seu ser enquanto “Povo Colectivo” têm muito valor.

Viva Vendas Novas!

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