quarta-feira, 14 de março de 2012

(In)Justiças Sociais em Vendas Novas

Nas alturas de maior aperto financeiro importa, como tenho dito várias vezes neste espaço, gerir com parcimónia e espírito de rigor os dinheiros públicos, contendo ao máximo os gastos supérfluos e investindo onde melhor se pode: nas pessoas.
Neste sentido, torna-se igualmente claro que, com a falta de verbas, nos surge um maior número de problemas (bem graves) relacionados com as pessoas, derivados da instabilidade financeira que vivemos, da extinção de milhares de postos de emprego e das consequências destes fatores.
Assim, por todo o País tem vindo a ser notória a aposta dos municípios na área social, reforçando os investimentos previstos nos apoios já existentes para as populações mais carenciadas, mas indo mais longe, com a criação de novas tipologias de apoios e com o reforço dos apoios às IPSS desses concelhos.
Claro está que, em Vendas Novas, ainda aguardamos estas ideias de reforço da componente social municipal, salvaguardando as vidas de muitos Vendasnovenses que entretanto se viram privados dos seus empregos, e atendendo a um espírito de colaboração institucional que hoje terá que ser maior que no passado, nomeadamente com as IPSS e mesmo com o Governo Português. Os cidadãos, idosos, desempregados, crianças em risco, precisam muito mais do quem um cabaz no Natal, ou de apoios escolares. Esse paradigma servia há 10 anos atrás, mas hoje precisamos de inovar nos apoios sociais municipais.
No entanto, estes tempos são ainda frutíferos num outro tipo de cenário que decorre destas carências e instabilidades sociais: o aumento da criminalidade. Também em Vendas Novas ele ocorre e também aqui as políticas municipais carecem de uma revisão que incentive ao cumprimento das normas sociais e incuta os valores da Justiça Social.
Solicito pois aos leitores da Gazeta para que reflitam neste paradigma:
  • Devem as Câmaras Municipais apoiar cidadãos que incumpram ou violem as regras da nossa Sociedade?
  • Deve a Sociedade, com os seus impostos, apoiar quem viole os princípios e normas de uma boa cidadania?
  • Por exemplo: Deve a Câmara Municipal atribuir uma Habitação Social a quem, em tribunal, se prove que cometeu um crime?
No meu mero entender, não.
Por mais necessidades financeiras que se sintam, julgo que só será justa a atribuição de apoios sociais municipais aos cidadãos que cumpram os seus deveres, para que depois se vejam igualmente atendidos nos seus direitos.
Desta forma, e tal como acontece em apoios nacionais (como é o caso do Rendimento Social de Inserção), devem as Câmara Municipais, na minha opinião, implementar regras que determinem claramente que só podem receber apoios municipais os cidadãos exemplares, evitando desta forma que criminosos recebam apoios de uma Sociedade que foi por eles lesada. Conseguíamos assim garantir que aqueles a quem a Sociedade Vendasnovense ajuda são, por seu lado, obrigados a cumprir os seus deveres para com essa mesma Sociedade.
Defendo uma cada vez maior Justiça Social nos apoios que a Câmara Municipal de Vendas Novas atribui, e julgo ser consensual que falar, neste caso, de “Justiça”, será trabalhar para a existência de uma Discriminação Positiva na atribuição deste tipo de apoios, atribuindo-os não só aos que precisam, mas também aos que merecem!

Sem comentários:

Enviar um comentário