sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Comunidade Associativa – Parte 2


Dando continuidade à abordagem anteriormente feita no artigo “Comunidade Associativa – Parte 1”, editado em agosto de 2012, proponho agora aos nossos leitores que nos debrucemos sobre uma das principais áreas de preocupação dos dirigentes das associações de Vendas Novas, mas também uma das áreas mais importantes para a vida da nossa comunidade associativa: o financiamento das associações.
Se é certo que pela sua importância para a vida da sociedade vendasnovense estas entidades merecem um apoio continuo à sua atividade, é também certo que, pelas dificuldades financeiras que atravessam os Municípios, nomeadamente a Câmara Municipal de Vendas Novas, terá que haver um ajuste na distribuição de fundos e nas formas de captação de receitas pelas Associações locais.
Desta forma, e independentemente da área de atuação de cada coletividade, julgo temos que pensar na estratégia de implementação orçamental das mesmas de uma forma diferente da que até aqui vigorou. Esta mudança de paradigma financeiro, a não acontecer, levará, estou certo, ao encerramento da atividade de muitas delas, com todos os prejuízos adjacentes ao fim da sua atividade.
Assim, a ótica deixará muito em breve de ser do apoio à atividade para passar a ser uma ótica de apoio a projetos/respostas para a sociedade. Tal mudança implicará uma cada vez maior noção de sustentabilidade que formatará todo o funcionamento das instituições e que as direcionará para uma cada vez maior aposta na inovação e no rigor da gestão que aplicam aos fundos que têm disponíveis.
Trona-se pois evidente que com a redução das grandes formas de financiamento disponíveis ao associativismo terão que ser as suas próprias atividades sustentáveis e que os projetos implementados terão que se apetrechar de uma cada vez maior noção de continuidade e contributo para a tesouraria das instituições.
Não que a Câmara Municipal deixe de dar os seus apoios, muito pelo contrário. Deve, neste momento particularmente difícil da vida comunitária, o Município de Vendas Novas articular com o associativismo esta mudança de paradigma financeiro, tornando claras, de uma vez por todas, as regras de acesso a financiamentos e disponibilizar os seus serviços para que se efetuem estudos de sustentabilidade para as ações que as coletividades se propõem realizar para os cidadãos.
Por outro lado, devem muito claramente ser definidas prioridades nos apoios a atribuir com o erário público em função das necessidades sentidas pela nossa comunidade. Saliento, como não poderia deixar de ser um cada vez maior sentido de prioridade para com as áreas das Instituições Particulares de Solidariedade Social, do Desenvolvimento Local e do Socorro a Vítimas.
No caso concreto, julgo que instituições como a Santa Casa da Misericórdia, a Casa do Povo de Vendas Novas, a Associação 25 de Abril, ou os Bombeiros Voluntários deveriam ver reforçados os seus meios de atuação para que pudessem não faltar àqueles que mais necessitam, independentemente do papel e da responsabilidade que tem para com cada uma delas o Poder Central.
Ao contrário do que tem acontecido, deve o nosso município ser o líder no apoio estrutural às instituições do Concelho, pois só desta forma será líder no apoio prestado às famílias Vendasnovenses. Em vez de fazer concorrência às Instituições, como muitas vezes tem acontecido, deve a nossa Câmara Municipal assumir-se como um parceiro chave de uma rede associativa em que a união de sinergias produzirá uma mais-valia global de atuação.
No fundo, podemos aplicar a célebre máxima: “Unidos somos mais fortes!”

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