Dando continuidade à abordagem anteriormente feita no
artigo “Comunidade Associativa – Parte 1”, editado em agosto de 2012, proponho
agora aos nossos leitores que nos debrucemos sobre uma das principais áreas de
preocupação dos dirigentes das associações de Vendas Novas, mas também uma das
áreas mais importantes para a vida da nossa comunidade associativa: o
financiamento das associações.
Se é certo que pela sua importância para a vida da
sociedade vendasnovense estas entidades merecem um apoio continuo à sua
atividade, é também certo que, pelas dificuldades financeiras que atravessam os
Municípios, nomeadamente a Câmara Municipal de Vendas Novas, terá que haver um
ajuste na distribuição de fundos e nas formas de captação de receitas pelas
Associações locais.
Desta forma, e independentemente da área de atuação de
cada coletividade, julgo temos que pensar na estratégia de implementação
orçamental das mesmas de uma forma diferente da que até aqui vigorou. Esta mudança
de paradigma financeiro, a não acontecer, levará, estou certo, ao encerramento
da atividade de muitas delas, com todos os prejuízos adjacentes ao fim da sua
atividade.
Assim, a ótica deixará muito em breve de ser do apoio
à atividade para passar a ser uma ótica de apoio a projetos/respostas para a
sociedade. Tal mudança implicará uma cada vez maior noção de sustentabilidade
que formatará todo o funcionamento das instituições e que as direcionará para
uma cada vez maior aposta na inovação e no rigor da gestão que aplicam aos
fundos que têm disponíveis.
Trona-se pois evidente que com a redução das grandes
formas de financiamento disponíveis ao associativismo terão que ser as suas
próprias atividades sustentáveis e que os projetos implementados terão que se
apetrechar de uma cada vez maior noção de continuidade e contributo para a
tesouraria das instituições.
Não que a Câmara Municipal deixe de dar os seus
apoios, muito pelo contrário. Deve, neste momento particularmente difícil da
vida comunitária, o Município de Vendas Novas articular com o associativismo
esta mudança de paradigma financeiro, tornando claras, de uma vez por todas, as
regras de acesso a financiamentos e disponibilizar os seus serviços para que se
efetuem estudos de sustentabilidade para as ações que as coletividades se
propõem realizar para os cidadãos.
Por outro lado, devem muito claramente ser definidas
prioridades nos apoios a atribuir com o erário público em função das
necessidades sentidas pela nossa comunidade. Saliento, como não poderia deixar
de ser um cada vez maior sentido de prioridade para com as áreas das
Instituições Particulares de Solidariedade Social, do Desenvolvimento Local e
do Socorro a Vítimas.
No caso concreto, julgo que instituições como a Santa
Casa da Misericórdia, a Casa do Povo de Vendas Novas, a Associação 25 de Abril,
ou os Bombeiros Voluntários deveriam ver reforçados os seus meios de atuação
para que pudessem não faltar àqueles que mais necessitam, independentemente do
papel e da responsabilidade que tem para com cada uma delas o Poder Central.
Ao contrário do que tem acontecido, deve o nosso município ser o líder no apoio
estrutural às instituições do Concelho, pois só desta forma será líder no apoio
prestado às famílias Vendasnovenses. Em vez de fazer concorrência às
Instituições, como muitas vezes tem acontecido, deve a nossa Câmara Municipal
assumir-se como um parceiro chave de uma rede associativa em que a união de
sinergias produzirá uma mais-valia global de atuação.
No fundo, podemos
aplicar a célebre máxima: “Unidos somos mais fortes!”
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