Chegamos ao fim de mais um ano e, como não podia
deixar de ser, este será um espaço para fazermos um balanço sobre os Olhares à
Margem de 2012.
Antes de iniciar permitam-me que deixe uma breve nota
sobre a minha participação nas comemorações do 28º Aniversário da Freguesia de
Landeira. Pelo quarto ano consecutivo tive oportunidade de ver como se pode
celebrar uma importante efeméride local, numa festa popular, organizada pela
Junta de Freguesia e em que esteve presente a população em peso.
Poderia ser contraditório, face ao que tenho defendido
neste espaço, louvar aqui uma festa que consistiu num jantar para a população e
num espetáculo de variedades oferecidas por aquela Junta de Freguesia à
população. Mas a verdade é que esta festa, sempre nos mesos termos nos 4 anos,
só foi possível por ser aquela uma instituição “com as contas em dia”. Sem
dívidas a terceiros, e com um olhar exato sobre o que devem e podem fazer pelas
populações, foi então opção do executivo continuar a celebrar como até aqui o
aniversário da Freguesia.
Do meu ponto de vista, e ao contrário de outras festas
que já critiquei, bem! Bem porque corresponde às expectativas dos seus
habitantes; bem porque não necessitou de endividamento para ocorrer e porque a
situação financeira lhes permitiu tal realização.
Passemos pois ao balanço de 2012:
·
Depois de lançados os dados no início do ano pedia-se
a todos que este fosse um ano de “Fazer acontecer”, de mover montanhas para
ultrapassar adversidades, mas, ao fim de alguns meses foi fácil constatar que
nem a nível nacional, nem a nível local era esse o objetivo dos atores
políticos;
·
Verificou-se pois que, em Vendas Novas, algumas das
injustiças sociais existentes continuavam e que não existia uma verdadeira
política social municipal para ajudar as pessoas em momentos tão críticos, que
a política desportiva estava mal direcionada, que a gestão dos recursos
financeiros era calamitosa e que, no cinquentenário do nosso Concelho, era
preciso ter feito mais por Vendas Novas;
·
A nível nacional, assistimos a uma escalada crescente
da contestação nas ruas às medidas anunciadas pelo Governo Nacional, liderado
por um cada vez mais desgastado Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Um
Governo insensível aos problemas sociais do País; que se propôs acabar com
programas de reconhecido sucesso, como o são as Novas Oportunidades; que se
apaixonou por uma austeridade germânica da qual foi incapaz de preterir, mesmo
em favor dos portugueses; e que, sem sentido de estado, se propõe destruir o
Estado Social em todas as suas frentes.
·
Por último, um ano em que ainda houve tempo para
lançar algumas sugestões em matérias como as “Políticas de Mobilidade”, as “Políticas
de boa gestão pública”, o associativismo e a “Comunidade Associativa” e os impactos da “IVG, 5 anos depois”.
Em súmula, este foi realmente um ano marcado por dificuldades
que nos fazem olhar para trás sem grande saudade.
À Margem de
(pré)conceitos político-partidárias ficou claro que nos faltam bons timoneiros,
bons líderes. Daqueles que em setenta fizeram milhares acreditar que era
preciso mudar (e mudou-se)!
Portugal
não precisa de Revolução, mas sim de uma Visão do seu próprio Futuro!
Aproveito para remeter os meus melhores votos de
felicidades a todos os leitores e a todos os Vendasnovense nesta quadra festiva
que se avizinha, fazendo votos para que 2013 seja um ano de heróis, pois, hoje,
todos precisamos de ser heróis.
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