quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Liberdade de Expressão

Durante a semana passada, um dos temas mais badalados nos órgãos de comunicação social foi o “Caso Mário Crespo”. Gostaria pois de tecer algumas considerações pessoais sobre este “Pseudo-Caso”. 

Organizarei 3 pontos principais esse mesmo “Caso”:

  1. Pseudo-Facto”: “Parece que…” num almoço entre amigos, resolve o Eng. José Sócrates, e mais 2 membros do actual governo comentar o jornalista Mário Crespo e sobre ele elaborar alguns considerandos que não abonariam muito favoravelmente ao profissionalismo deste. Tomemos a “história” como “possivelmente verdadeira” ou mesmo como “verosímil” no sentido grego do termo (algo semelhante à realidade, mas que não a é. Algo possível.)
  2. Reacção: Mário Crespo tem desse “pseudo-facto” conhecimento através de alguns amigos que frequentavam o mesmo restaurante e o que faz? Decide vir a público tentar defender a sua honra sobre uma conversa em que supostamente era visado, mas apenas baseado no “diz que disse”. Parece ainda que não publicaram no Jornal de Notícias (JN) a sua crónica que, mais uma vez “dizia mal do Sr. Primeiro-Ministro”.
  3. Conclusão: Após a saga de notícias, alguns partidos portugueses resolvem tentar tirar alguma vantagem contra a imagem do Primeiro-Ministro e do próprio Governo, tendo por base conversas que, alegadamente, ocorreram em clima privado.
3 Ideias agora:

  1. Após 36 anos de Liberdade, parece que ainda não aprendemos totalmente a viver desse modo. Não teremos por acaso direito de emitir a nossa opinião sobre qualquer pessoa ou profissional entre um grupo de pessoas? Será que existe alguém neste país que ainda não o tenha feito?
  2. Verdade seja dita que o Primeiro-Ministro, mais do que ninguém, deveria ter cuidado com o que diz em público e em voz alta, mas não terá ele próprio o direito de todos os restantes portugueses em exprimir a sua opinião durante um jantar não oficial? Haverá uma Liberdade de Expressão para ele e outra para todos nós? Sempre vivi em Liberdade e nunca me lembro de ser de outro modo e, por este mesmo motivo, estou em crer que essa liberdade é a mesma para todos. 
  3.  Que motivo teria o Director do JN para não publicar uma crónica de Mário Crespo a dizer mal do Primeiro-Ministro se, durante os últimos anos, não fez outra coisa? Alguém consegue extrair de tal crónica uma conclusão diferente de: “aqui está um artigo sobre coisa nenhuma”?
  4. Poderemos nós, ou mesmo os tribunais, ou outra qualquer entidade, julgar quem quer que seja sobre o que poderá ter dito, se não o fez de forma oficial? Esperemos que não, sob pena de incorrerem todos os cidadãos portugueses nesse “Pseudo-Crime”. É como diz o Texto, “Quem nunca pecou…”
Enfim, será esta a imagem do nosso país: banal e preocupado com o que não interessa ao seu próprio progresso? Um país que, no fundo, ainda não sabe viver a Liberdade de Expressão? Estou também em crer que não!

Sem comentários:

Enviar um comentário