sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Madeira Nossa


Ainda há bem pouco tempo reflecti e escrevi sobre um enorme drama. O vivido pelos haitianos perante uma enorme catástrofe que os atingiu e que mobilizou todo o planeta numa operação de auxilio a um povo martirizado por um abalo sísmico de que não há memória.

Agora, o alarme soou bem mais perto. No nosso país, na Madeira. A pior catástrofe dos últimos 100 anos. Uma catástrofe que perdurará por muitos anos nas nossas memórias, mas sobretudo nas vidas dos madeirenses.

Até ao momento em que escrevo 39 mortos confirmados, 600 desalojados, 29 desaparecidos, 18 pessoas hospitalizadas e ainda milhões de euros de prejuízo. No entanto, muitos mais sofrem neste momento. Sofrem as famílias que se viram privadas dos seus entes queridos, sofrem os madeirenses que vêem as suas terras totalmente destruídas e as suas casas desfeitas (mesmo aqueles que se encontram a quilómetros de distância - como o nosso craque Cristiano Ronaldo), mas sofre ainda todo o povo português, sobretudo pela sensação de que poderia ser a sua terra, a sua casa a sua família.

O mau tempo que se tem feito sentir em Portugal é a prova de que temos que parar para pensar em questões tão importantes como o urbanismo, as alterações climáticas provocadas pelo efeito de estufa, mas também nas respostas das nossas estruturas de Protecção Civil a situações que podem ser previstas, mas não evitadas. Pensar em questões que se aplicam a todo o país e não só à Madeira.

Devemos, ainda assim, salientar algumas coisas positivas das quais destaco:

  • A rápida resposta do Governantes nacionais e locais àquelas populações, mobilizando todos os meios para uma resposta eficaz e apoio às populações em perigo e accionando os mecanismos europeus previstos para a ajuda em situações de crise;
  • Mas também, e sobretudo, a vaga de solidariedade dos portugueses, que mesmo em tempos difíceis, não se distanciaram um segundo da sua responsabilidade colectiva que faz de nós um único Povo, um único País. Que faz de todos nós Portugueses.
Na nossa diversidade e pluralidade de ideias, soubemos, como sempre, encontrar resposta para os problemas que atravessamos e é certo que a população daquela ilha paradisíaca que é a Madeira não ficará sem resposta, sem apoio, sem a solidariedade de todos perante o cataclismo.

Façamos pois o luto, em tempo de luto, para de seguida nos unirmos e ultrapassarmos mais uma situação difícil na nossa História colectiva. Avancemos de seguida com as nossas vidas e tentemos aprender com estes casos, de modo a que, no futuro, se não os pudermos evitar, os possamos minimizar.

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