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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Amigo Aldino

Há exemplos de vida que tomamos e que marcam a nossa existência e nos ajudam a construir aquilo que somos. O Sr. Aldino é um desses exemplos.

Quando soube do seu falecimento havia já entregue o artigo do número passado da Gazeta, mas sinto, perante a perda que sofremos, que era justo e inteiramente merecido dedicar algumas palavras a um dos homens que contribuiu positivamente para a construção da pessoa que hoje sou.

Amigo Aldino, terei saudades das nossas pescarias e da paciência que empenhava enquanto se debatia com cada uma das carpas que apanhava. Terei saudades das conversas que dedicava aos “putos”, a quem ensinava técnicas de pesca que eram autênticas lições de vida.

Além de mim, Vendas Novas terá saudades da dedicação que sempre votou ao concelho que sempre soube defender.

Presto-lhe hoje sentida homenagem com estas parcas palavras. Parcas, sobretudo, na comparação com o enorme exemplo de vida que soube ser.

Era para mim um grande prazer quando, mais recentemente, nos cruzávamos, nas suas caminhadas de Domingo, enquanto passeava em direcção ao seu Estrela e dedicava 10 a 15 minutos para mais algumas lições a fixar. Gostava ainda de o ler nas páginas do nosso jornal, sobretudo pela sua crítica positiva, e sempre construtiva, com que abordava o desporto na nossa terra.

Obrigado, amigo Aldino, pelo exemplo que marcou a minha adolescência e juventude e pelos grandes valores que me passou na dedicação a Vendas Novas.

São exemplos destes que não partirão nunca do ser deste jovem aprendiz e que para sempre permanecerão na minha memória. Obrigado por tudo o que me “ensinou”.

À sua família, e sobretudo ao meu amigo Ricardo os meus mais sentidos pêsames por esta perda que nos veio empobrecer a todos.

Até sempre amigo Aldino.

Março – Mês da Juventude

Comemora-se por todo o país no presente mês de Março o Mês da Juventude. Por todo o lado – autarquias, associações, instituições públicas e/ou privadas, religiosas e políticas, etc. - todos procuram, ao seu modo e consoante as suas possibilidades, celebrar a Juventude e os jovens. Também em Vendas Novas, na semana que decorre entre 24 e 31 de Março, o nosso município, ao seu jeito, assinala este momento.

No entanto, e à margem das comemorações:

• Será que sabemos o que é ser jovem nos dias de hoje?

• Será que já parámos para reflectir que a juventude dos nossos dias é bem diferente da Juventude que viveram os nossos pais?

• Será que percebemos que os desafios globalizantes de hoje nos obrigam a abordagens, também elas diferentes, na preparação das iniciativas e políticas, que desenvolvemos para os jovens?

• Será que basta criar “Gabinetes de Juventude” como o fizeram muitas Câmaras Municipais para servir bem os nossos jovens?

• Será que bastam as festas culturais com momentos musicais e um programa de eventos desportivos para celebrar a Juventude?

Laconicamente: Não!

É fundamental que, nos dias que vivemos, percebamos aquilo que sentem os jovens em relação a temas tão banais como: a educação e/ou formação profissional; o emprego; a habitação; o desporto. No entanto, há outros aspectos em que, de uma vez por todas, temos de OUVIR os jovens: as suas perspectivas de futuro; o que mais gostam de fazer; que visão têm do seu concelho; onde ocupam o seu tempo…

Poderíamos continuar com uma lista infindável de tópicos que devem merecer a atenção de todos nós para, de uma vez por todas analisarmos o que estamos a fazer pela juventude.

Definitivamente:

• Urge criar o Conselho Municipal de Vendas Novas.

• É imperioso criar um mecanismo que possibilite às entidades que trabalham com jovens darem a visão que deles recolhem sobre as políticas que têm e que terão impacto directo nas suas vidas presentes e futuras.

• É fundamental apoiar efectivamente os jovens a criar mais estruturas de juventude no Concelho, como as Associações de Estudantes na Escola Secundária e no Agrupamento Vertical de Escolas.

• Urge cada vez mais apoiar as associações que já desenvolvem trabalho com e para os jovens como a o Centro Juvenil Salesiano, a Associação de Jovens da Landeira e a Bússola – Associação de Desenvolvimento Local de Vendas Novas.

• Acima de tudo, urge ter boa vontade e não ter medo das opiniões dos jovens, da mesma forma que é fundamental desprendermo-nos das amarras legais que têm servido de motivo para não criar este tão importante mecanismo de aproximação aos jovens de Vendas Novas e abordar as temáticas da Juventude como quem trabalha os pilares basilares das sociedades futuras.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Madeira Nossa


Ainda há bem pouco tempo reflecti e escrevi sobre um enorme drama. O vivido pelos haitianos perante uma enorme catástrofe que os atingiu e que mobilizou todo o planeta numa operação de auxilio a um povo martirizado por um abalo sísmico de que não há memória.

Agora, o alarme soou bem mais perto. No nosso país, na Madeira. A pior catástrofe dos últimos 100 anos. Uma catástrofe que perdurará por muitos anos nas nossas memórias, mas sobretudo nas vidas dos madeirenses.

Até ao momento em que escrevo 39 mortos confirmados, 600 desalojados, 29 desaparecidos, 18 pessoas hospitalizadas e ainda milhões de euros de prejuízo. No entanto, muitos mais sofrem neste momento. Sofrem as famílias que se viram privadas dos seus entes queridos, sofrem os madeirenses que vêem as suas terras totalmente destruídas e as suas casas desfeitas (mesmo aqueles que se encontram a quilómetros de distância - como o nosso craque Cristiano Ronaldo), mas sofre ainda todo o povo português, sobretudo pela sensação de que poderia ser a sua terra, a sua casa a sua família.

O mau tempo que se tem feito sentir em Portugal é a prova de que temos que parar para pensar em questões tão importantes como o urbanismo, as alterações climáticas provocadas pelo efeito de estufa, mas também nas respostas das nossas estruturas de Protecção Civil a situações que podem ser previstas, mas não evitadas. Pensar em questões que se aplicam a todo o país e não só à Madeira.

Devemos, ainda assim, salientar algumas coisas positivas das quais destaco:

  • A rápida resposta do Governantes nacionais e locais àquelas populações, mobilizando todos os meios para uma resposta eficaz e apoio às populações em perigo e accionando os mecanismos europeus previstos para a ajuda em situações de crise;
  • Mas também, e sobretudo, a vaga de solidariedade dos portugueses, que mesmo em tempos difíceis, não se distanciaram um segundo da sua responsabilidade colectiva que faz de nós um único Povo, um único País. Que faz de todos nós Portugueses.
Na nossa diversidade e pluralidade de ideias, soubemos, como sempre, encontrar resposta para os problemas que atravessamos e é certo que a população daquela ilha paradisíaca que é a Madeira não ficará sem resposta, sem apoio, sem a solidariedade de todos perante o cataclismo.

Façamos pois o luto, em tempo de luto, para de seguida nos unirmos e ultrapassarmos mais uma situação difícil na nossa História colectiva. Avancemos de seguida com as nossas vidas e tentemos aprender com estes casos, de modo a que, no futuro, se não os pudermos evitar, os possamos minimizar.