segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Comunidade Associativa – Parte 1


Concordo, e todos devemos concordar, que o Homem é um ser social, um ser do coletivo e mais predisposto para a vida grupo, em comunidade, do que para a vida solitária. Neste sentido, e apesar de os tempos nos puxarem para um cada vez maior individualismo e centralização na nossa vida, cumpre-nos refletir sobre a vida que levamos em comunidade, e sobre o que queremos e o que querem aqueles que conosco vão construíndo a Sociedade em que vivemos, percebendo o que de bom esta comunidade gera.
Ora, na minha modesta opinião, é no Movimento Associativo que encontro a principal “arma” daqueles que querem fazer mais e melhor para as cidades, as terras, os locais em que vivem. Uma “arma” de transformação positiva onde o contributo de cada um é ampliado e onde o conjunto de esforço gera uma onda de ação cada vez mais positiva.
Assim sendo, este será o primeiro de um conjunto de olhares que refletirão sobre aquela que é a realidade da Comunidade Associativa de Vendas Novas, e sobretudo sobre as suas mais valias para a nossa Sociedade e os principais problemas com que se deparam as Associações nos dias de hoje.
Por último, tentarei apresentar aqueles que para mim serão os caminhos de futuro das coletividades e os novos frutos para os cidadãos e para a sua atarefada vida em Sociedade.
Enquanto cidadão com voz presente no movimento associativo de Vendas Novas, e atendendo a algumas situações recentes ocorridas com Associações do Concelho, julgo que me cumpre começar com algumas situações claras que ilustram bem a mudança de paradigma associativo que iniciámos há já alguns anos, e cuja capacidade de adaptação do associativismo devemos em conjunto avaliar.
Começo pelo exemplo claro do Estrela Futebol Clube, que decidiu recentemente acabar com o futebol sénior. Neste caso, torna-se evidente que algo correu mal na gestão feita ao longo de anos. Não coloco com isto em causa qualquer dirigente ou ex-dirigente do Estrela, mas apenas as suas capacidades de se adaptarem a uma mudança demasiado repentina ocorrida ao nível do desporto profissional.
Claro fica agora que, provavelmente o principal Clube da nossa terra não poderia ter subido à 2ª divisão. Por um lado, verificou-se que não tinha capacidade financeira própria que lhe permitisse manter-se neste escalão; por outro, fica a frustração de quem fez uma campanha brilhante do ponto de vista desportivo, conseguindo a manutenção para nada.
Noutro caso, na Associação de Bombeiros Voluntários de Vendas Novas, problemas financeiros, mas também de outras índoles, fizeram com que a principal coletividade de socorro às populações esteja agora a atravessar um dos piores momentos da sua história.
Neste caso, os problemas são equivalentes aos de outras corporações de bombeiros do País, mas, do meu ponto de vista, estão igualmente relacionados com uma dependência político-financeira clara entre uma Direção empenhada, mas sem meios de sustentabilidade próprios, e uma Câmara Municipal (mas também um Governo) com obrigações claras em matéria de Proteção Civil e que não tem tido o papel realmente determinante no apoio a uma das mais importantes associações do Concelho.
Nestes dois exemplos ficam claras algumas das dificuldades sentidas na Comunidade Associativa do Concelho de Vendas Novas, em situações distintas que vão desde a gestão financeira, à visão de futuro dessas instituições, da gestão e valorização dos seus recursos humanos, aos serviços que prestam às populações.
Para mim aplica-se a máxima de que é nos Homens que reside a resposta de futuro da Comunidade Associativa Vendasnovense e é para eles que devemos unir esforços e trabalhar cada vez mais!

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