A
história do Concelho de Vendas Novas, como a história de todas as comunidades,
agrega em si imensos factos e fragmentos de histórias individuais, de façanhas
e aventuras de grupos, de atos de inquestionável nobreza e mesmo heroísmo
pessoais que, num conjunto similar, acabam por formar o imaginário coletivo do
povo vendasnovense, criando e transformando a própria cultura de Vendas Novas.
Ora, no momento em que assinalamos os 50 anos da
elevação de Vendas Novas a Concelho, no dia 7 de Setembro, deve ser claro para
todos nós, habitantes de Vendas Novas, que a elevação a Concelho não foi apenas
um pequeno acontecimento isolado da nossa história colectiva, mas sim um marco
de autonomia e independência na gestão dos nossos próprios destinos.
Assim sendo, temos obrigação de lembrar e reconhecer todos
os que, individual ou coletivamente, contribuíram para que hoje fossemos um
Concelho autónomo, mas lembrar e homenagear igualmente todos os que ao longo de
50 anos têm construído este lugar que temos em comum e a que orgulhosamente chamamos
de “Nossa Terra” – Vendas Novas.
Penso pois que independentemente
das ideologias de cada um, da cultura ou mesmo da religião, todos os vendasnovenses merecem o mesmo
respeito e reconhecimento público nesta importante data. É pelo seu
trabalho se vai construindo cada pedra da nossa Polis, é nos seus filhos que se fundam as futuras gerações, as
futuras raízes de Vendas Novas.
Neste sentido, e sem nenhum mérito retirar a todo e a
cada vendasnovense, julgo que alguns, em particular, merecem destaque pela sua
ação, arriscando-me a salientar algumas pessoas que pelo seu contributo
souberam transformar positivamente o Concelho de Vendas Novas:
- Quem não recorda o trabalho do nosso primeiro Presidente Enes Ferreira?
- Quem não recorda a dedicação do ilustre Professor Doutor Mendonça?
- Quem não recorda a memória do dedicado Aleixo Pais?
- Quem não recorda o sarcasmo do enorme comunicador Aldino Coelho?
- Quem não recorda o eterno professor Mourato?
Infelizmente, quando nos preparamos para atribuir a
medalha dos 50 anos do Concelho à CGTP! (pela sua ação em prol do Concelho??),
recordo que, injustamente, nem todos os nomes acima citados foram reconhecidos e
agraciados pelo nosso município.
Nesta linha de pensamento, e fazendo justiça a quem a
merece, questiono-me muitas vezes sobre quais serão os novos desígnios para os
próximos 50 anos do Concelho de Vendas Novas.
Viveremos daqui por 50 anos num Concelho como o de
hoje, à beira da ruína financeira, sem investimentos credíveis de apoio e
desenvolvimento económico-social e em que a visão estratégica passa por saber
se amanhã haverá dinheiro para pagar a quem se deve?
Acredito que não! Sei que não!
Acredito e sonho com um Concelho mais justo, mais
solidário e mais próspero culturalmente. Um Concelho mais rigoroso na gestão
dos seus recursos e economicamente cumpridor dos seus compromissos. Um Concelho
que reconhece e valoriza o seu passado e as suas populações, independentemente
dos ideais subjacentes a cada um e, desta forma, um Concelho menos sectário
ideologicamente do que o de hoje.
Vendas Novas tem muito
valor: na sua localização, na sua história, na sua cultura, na sua gastronomia,
nas suas tradições, mas sobretudo nas suas gentes!
Viva Vendas Novas!
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