sexta-feira, 13 de agosto de 2010

25 de Abril – 36 anos depois

No momento em que cada Homem nasce que inicia-se a escrita da sua história. Alguns nascem para serem descritos como heróis, daqueles que fazem acontecer grandes mudanças na Humanidade e na sua Sociedade. Heróis capazes de fazer sonhar qualquer jovem. Por outro lado, outros nascem para serem operários, agricultores, militares, gestores ou pedreiros.
Nenhum deixa de ser importante na História de um povo, e cada um desempenha um papel principal naquela que é a sua história pessoal.
A 25 de Abril de 1974, muitos dos segundos tornaram-se heróis na sua e na nossa História. Essa é, aliás, uma das principais características do nosso Abril: além dos militares, foi a força, a vontade e a coragem de todo um povo que garantiram o fim de um regime ditatorial e o nascimento de uma democracia cultivadora de Liberdades e de mais Igualdade entre os Homens.
Há 36 anos, a queda do Estado Novo abriu o caminho da esperança em todos os portugueses. Esperança fundamentada nos valores que se defendiam e na certeza que o nosso país não voltaria a ser o mesmo.
Entre os heróis lembrados de Abril estão alguns dos nossos ilustres vendasnovenses que merecem hoje, e sempre, o nosso reconhecimento. Cidadãos da nossa terra que, pelas suas acções, marcaram, muitos anonimamente, a nossa Revolução e que merecem mais respeito que aquele que por cá lhes temos dado.
Por vezes, é quase irónico, sobretudo para os mais jovens, ouvir alguns dirigentes políticos falar do 25 de Abril como que “donos” desse movimento. Nada há de mais errado que tentar subjugar um movimento de libertação popular.
O 25 de Abril de 1974 foi um dia que poucos esqueceram e que muitos recordarão. Um dia do povo para o povo e não do povo para alguns. Com ele vieram liberdades, vieram convicções, vieram sonhos e possibilidades.
No momento em que celebramos 36 anos de Liberdade, tentemos lembrar-nos daqueles que o tornaram possível. Heróis de ocasião, mas simultaneamente heróis de eternidade. E sobretudo, não deixemos que nos “tomem” o 25 de Abril, pois todos vivemos, dia após dia, nos seus valores.

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
(…)

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre, Tova do Vento que Passa

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