sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Modernização da Linha do Alentejo

Nas últimas semanas, no concelho de Vendas Novas e noutros por este Alentejo fora, um dos temas mais badalados foi a grande obra de Modernização da Linha do Alentejo.
De facto, este pequeno passo no rumo da modernização, do desenvolvimento e do progresso não nos pode deixar alheios. Da minha parte gostaria de poder partilhar convosco 2 visões impossíveis de separar e nos devem fazer pensar em todos os projectos modernizadores que ao longo das décadas grandes impactos produziram no modo como vivemos.
Assim:

1. A Modernização: de facto a Linha do Alentejo que liga Lisboa a Beja, existe há anos demais para que possamos pensar viver sem ela e, preso a este facto estão dezenas ou centenas de vidas de pessoas que sempre a utilizaram para as suas deslocações profissionais, de lazer ou simplesmente para tratar de certos assuntos na nossa Capital.
É um facto que sempre assim foi e que ainda hoje assim é. Mas é também um facto que da antiga automotora até aos modernos comboios muito foi o progresso, bem como as suas mais-valias nas nossas vidas.
Basta pensarmos que com a obra que agora se iniciou poderemos utilizar comboios mais rápidos para as nossas deslocações; poderemos ligar o Porto de Sines (importante ponto de desenvolvimento económico do nosso País e principal porta de entrada de bens por via marítima na Europa) a Espanha.
Assim, e a título ilustrativo, uma empresa conseguirá colocar um contentor de mercadorias em Madrid por apenas 100€ quando agora o faz por 270€. Além deste facto, conseguirá o nosso País reduzir as emissões de CO2 e aumentar a eficiência de um transporte que foi o grande meio de ligação do Alentejo ao resto do País e à Europa.


2. Por outro lado, não fico, nem ninguém pode ficar indiferente e muito menos sensibilizado com os impacto que as obras tão necessárias na Linha vão trazer para dezenas de cidadãos do nosso concelho.
Acredito que como pessoas inteligentes que somos chegaremos a um consenso que seja, de facto, melhor para todos. Acredito nisto sobretudo depois das palavras do Secretário de Estado dos Transportes, presente em Vendas Novas para a inauguração das obras, em que disse perante empresas, instituições, comissões de utentes e órgãos de comunicação social que haveria abertura da CP para negociar os transportes alternativos que, para muitos, são o único meio de poderem ir trabalhar e ganhar a vida.
Acredito e desde já proponho uma melhor alternativa, no meu ponto de vista, enquanto antigo utilizador da linha – nos meus tempos de estudante – e depois de falar com alguns dos actuais utilizadores: porque não coloca a CP os serviços de autocarros a percorrer a distância de Vendas Novas a Bombel e não utiliza os tão desejados Intercidades a partir desse apeadeiro até à nossa Capital?
Sendo apenas uma proposta, que me parece que poderia vir a encurtar o tempo, e o custo, da viagem, desafio os membros da Comissão de Utentes a apresentá-la à empresa (caso entenda que será uma melhor alternativa).

Perante a exposição e a análise que faço fica claro o seguinte: Não podemos, quão “Velhos do Restelo” (usando a figura camoniana) estar contra a modernização, devendo contudo exigir respeito e cuidado para que os seus impactos sejam mínimos nas nossas vidas.

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