sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Incêndios Florestais

“O tempo está mudado.” Palavras sábias as do meu avô, ao constatar a atípica pluviosidade que se tem feito sentir nos últimos meses e que, apesar de estarmos no mês de Junho, ainda não nos deixou.

Este facto poderia fazer-nos pensar em tudo o que de bom a água significa, mas, por outro lado, e no que a Incêndios Florestais diz respeito, esta pluviosidade significa um enorme sobressalto para Bombeiros, proprietários e restantes entidades responsáveis pela Protecção Civil do nosso país.

Na verdade, com a intensa queda de água ao longo de grandes períodos de tempo o desenvolvimento de ervas e matos foi igualmente grande o que, com os primeiros calores levará à sua secagem rápida e a um aumento do risco dos Incêndios Florestais.

Deste modo, gostaria de reflectir com os leitores da Gazeta sobre cada um dos três pilares de preparação para a época de combate aos incêndios: Prevenção; Fiscalização e Combate.

Prevenção: Esta fase, intemporal, da época de combate a incêndios decorre à frente das outras duas e será tão fulcral quanto incisivos forem os seus frutos. Com análise que acima fizemos, torna-se evidente que só com os trabalhos preventivos de corte de ervas e limpeza de terrenos agrícolas poderemos minimizar os danos dos incêndios no nosso concelho.

Aqui assumem particular destaque várias entidades, com responsabilidades directas na matéria:

• Proprietários agrícolas e florestais, obrigados a desmatar e limpar os seus terrenos, bem como a criar os tão importantes aceiros que impedem a propagação dos fogos a outras parcelas de terrenos;

• Empresas privadas e públicas, como sejam as Estradas de Portugal, a EDP, e REN e a CP, que terão que limpar bermas das estradas e as linhas à sua responsabilidade;

• Mas também e acima de tudo as Câmaras Municipais, responsáveis pela limpeza de vastas áreas de terrenos municipais situados, quer nos perímetros urbanos das povoações, quer nos caminhos e vias municipais. Neste ponto muito está ainda por fazer no Concelho de Vendas Novas onde basta passarmos pelo Parque Industrial para percebermos o perigo que correm algumas empresas, vizinhas de parcelas vazias e cheias de mato.

Fiscalização: A segunda fase da época e que contribuirá para punir todos os que desrespeitem o maior património natural de Portugal – a Floresta. A cargo das Forças de Segurança – GNR e PSP – a fiscalização encarregar-se-á de identificar e punir quem utilize negligentemente o fogo sem licenciamento e fora de época, quer quem não cuide de limpar em tempo as suas próprias propriedades. Após esta fase caberá à Câmara Municipal a cobrança das coimas respectivas (coisa que infelizmente poucas Câmaras fazem).

Combate: Por último, e tão calma quanto activas forem as duas fases anteriores, a fase de combate a incêndios florestais contará com o papel activo, empenhado e determinante dos nossos Bombeiros Voluntários, da nossa Força Especial de Bombeiros, bem como de todas as outras entidades com responsabilidades na matéria.

Para 2010, e apesar da crise económica que vivemos, o DCIF – Dispositivo de Combate a Incêndios Florestais – será igual ao de 2009 e o que todos esperamos é que seja pouco o trabalho e poucos os danos para os nossos “Soldados da Paz” e para o património natural do nosso país, já tão destruído em anos anteriores de má memória.

Assim, deixo 3 conselhos úteis a qualquer cidadão, com vista a tornar menos danosa a época de incêndios que se avizinha:

• Efectue os trabalhos de limpeza nos seus terrenos até ao final do mês de Junho;

• Não faça queimadas sem estarem licenciadas pela nossa Câmara Municipal, lembrando-se que após o dia 1 de Julho são PROIBIDAS;

• Mantenha-se vigilante e caso aviste uma coluna de fumo que lhe pareça suspeita ligue 117 para alertar as entidades competentes.

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